terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Oxalá estejam todos bem, e que deus nos acompanhe...


Este Post é dedicado a todos os meus amigos, sejam eles médicos ou pacientes. E qualquer semelhança com factos reais (não) será “pura coincidência”. Mas demasiado sério, para que assim não seja levado... 

(Adaptado)

O ti Manel andava razoavelmente bem de saúde, e até ainda lhe arrumava uns tintos, até que a sua esposa a ti Maria dos Remédios, a conselho da sua filha “tontinha”, lhe disse:

“-Oh Manel, vais  fazer 70 anos, está na hora de fazeres um "chéqup" no médico.
- Para quê, se ando bem, respondeu o ti Manel!
-Porque nã sabes como tás por dentro, e a prevenção deve ser feita agora, quando ainda andas bem, disse logo a ti Maria.”

Então o ti Manel, para não fazer desfeita, lá foi ver um médico. O médico, sabiamente, mandou-o fazer Testes e Análises de tudo o que poderia ser feito. Duas semanas mais tarde, o médico disse que os resultados estavam muito bons para a sua idade, mas tinha algumas coisas que podiam melhorar. E então receitou:

Comprimidos Atorvastatina para a pontinha de colesterol, Losartan para proteger o coração e a hipertensão, Metformina para um princípio de diabetes, Polivitaminas para aumentar as defesas e dar força (?), a Desloratadina não fosse o Manel fazer alergia a algum dos medicamentos receitados. Como eram muitos medicamentos, tinha que proteger o estômago então ele indicou Omeprazol; e, já agora, pelo sim pelo não, um Diurético para aumentar a excreção das várias drogas receitadas.

E assim, o ti Manel, não duvidando dos vários diplomas expostos nas paredes do consultório do sábio Hipócrates, lá foi à Farmácia e gastou boa parte da sua Pensão em várias caixas requintadas e de cores sortidas.

No entanto, como ele no dia seguinte, não conseguia lembrar-se se os comprimidos “verdes” para a alergia, deveriam ser tomadas antes ou depois das cápsulas para o estômago, ou se devia tomar as amarelas para o coração antes ou depois das refeições, voltou ao médico.

Logo este deu-lhe uma caixinha com várias divisões, mas achou que o ti Manel estava muito tenso e algo contrariado. Receitou-lhe, então, Alprazolam e Sucedal para dormir e melhor descansar. Naquela tarde, quando ele entrou na Farmácia com mais receitas, o farmacêutico e seus funcionários até fizeram alas para ele passar pelo meio, enquanto, por dentro, sorriam de satisfação.

Só que o ti Manel, em vez de melhorar, foi piorando. Ele tinha todos os remédios num armário da cozinha e quase já não saía de casa, porque passava praticamente todo o dia, a horas marcadas, a tomar as pílulas.

Dias depois, o Laboratório fabricante de vários dos remédios que ele usava, deu-lhe um cartão de “Bom Cliente. Vendeu-lhe ainda, um aparelho para “tirar” a Tensão Arterial, e, deu-lhe uma máquina para medir “os” diabetes, um Termómetro digital, um frasco estéril para análise de urina e um lápis com o logótipo da Farmácia.

Só que, o ti Manel nas idas frequentes ao centro de saúde e à farmácia, em contacto com outros doentes, apanhou uma valente gripe. A minha tia Maria, como de costume, fê-lo ir para a cama. Mas, desta vez, além do chá com mel, chamou também o médico a casa. Ele disse que não era nada de grave, mas, para justificar a chamada, lá prescreveu o Antigripine para tomar durante o dia, e um Xarope com Efedrina para tomar à noite. Não fosse o diabo tecê-las e apanhar alguma pneumonia, receitou um antibiótico: 1 g de Amoxicilina de 12 em 12 horas, durante 10 dias; e como detectou uma pequena taquicardia, receitou Atenolol.

Pouco tempo depois, e por causa das resistências diminuídas, apareceram uns fungos, e depois herpes, o que o fez voltar à consulta, e o médico receitou Fluconazol e Zovirax.

Para piorar a situação, tio Manel começou a ler as bulas de todos os medicamentos que tomava, e ficou sabendo de todas as contra-indicações, advertências, precauções, reacções adversas, efeitos colaterais e interacções médicas e encontrou coisas terríveis. Não só que poderiam provocar a morte, mas que poderiam fomentar também arritmias ventriculares, sangramento anormal, náuseas, hipertensão, insuficiência renal, paralisia, cólicas abdominais, alterações do estado mental, e mais um monte de coisas terríveis. E com medo, voltou ao médico, que lhe disse para não se preocupar com essas coisas, porque os Laboratórios só colocavam essas coisas para se isentar de culpa.

- Calma, amigo Manel, não fique aflito, disse o médico, enquanto prescrevia uma nova receita com um antidepressivo Sertralina com Rivotril 100 mg. E como o Manel estava com dor nas articulações, receitou também, o Diclofenac, porque a felicidade tem que ser total, e a uma boa pílula, não há mal que a vença.

Nessa altura, sempre que o ti Manel recebia a Pensão, lá ia directo para a Farmácia, onde já tinha sido eleito cliente VIP.

Chegou uma altura em que o dia do pobre Manel já não tinha horas suficientes para tomar todas as pílulas, portanto, já não dormia, apesar das cápsulas para a insónia que haviam sido prescritas. Ficou tão mal, que um dia, conforme era advertido nas bulas dos remédios, bateu a “caçoleta”!

No funeral tinha muita gente, mas quem mais chorava era o farmacêutico.

Agora a ti Maria diz que, felizmente, mandou o marido ao médico em boa altura, porque senão..., com certeza, ele há muito que teria morrido!






"As minhas muletas deitei-as fora, a minha marreca já não me dobra. Ó senhor doutor esta doença só me dá para dançar!

A dor já não maça e eu não me canso, é cada guinada que eu até canto. Ó senhor doutor esta doença só me dá para dançar!

Faça qualquer coisa, que eu não tenho mais razões p'ra me queixar…

Já não emagreço nem fico gorda, e qualquer excesso deixa-me em forma. Ó senhor doutor esta doença só me dá para dançar!

O meu triste pranto ri-se com gosto, e o bem-estar é tanto que eu já nem posso. Ó senhor doutor esta doença só me dá para dançar!

A todo o mal do mundo dou bailarico, e até no futuro já acredito. Ó senhor doutor esta doença só me dá para dançar!

Gabo a má sorte do meu destino, e se vier a morte faz par comigo. Ó senhor doutor esta doença só me dá para dançar!

Faça qualquer coisa, que eu não tenho mais razões p'ra me queixar…"

domingo, 27 de janeiro de 2013

Estado Social e “sacrifícios” inter-geracionais...


"Então mas se aos 30 anos de idade, ainda querem andar a viver à custa dos “orçamentos” e aos 60 já querem estar reformados, o que pensa esta geração contribuir para o tal “estado social” que reclamam?"

Em 1967 tinha eu 10 anos de idade, e acabava de concluir, o então denominado Ensino Primário ou Básico, que se resumia à conclusão de 4 anos de escolaridade, que culminavam com o então exame da 4ª classe.

Com um pouco de vaidade da minha parte, essa aquisição tinha sido conseguida com a distinção de Bom, como pronunciava no Diploma da altura. Esta situação, não era muito comum nos meninos do campo e pobres como eu. O normal era, em situações idênticas, esse período de escolaridade se prolongarem por seis ou sete anos, e depois os mestres concederem, às vezes um pouco “por favor”, o dito atestado, porque o rapaz ou rapariga, já estavam em boa idade de começarem a moer o lombo através do trabalho que os esperava, e, para isso não precisavam de ser doutores.

No meu caso, tal destino de vida não se afigurava lá muito fácil, já que, para além da minha tenra idade, quis o desdito, que eu fosse um jovem de corpo pequeno e franzino, que até me tinha valido a alcunha do “joão pequenino”. Talvez por isso, a família e a vizinhança lá começaram a aliciar meu pai, que o gaiato ainda não tinha corpo para trabalhar, e como até tinha algum jeito para as letras, que deveria fazer-se algum esforço, e, tentar mandar o “artista” continuar a arte dos estudos.

Tinham aparecido por essa época, as chamadas “telescolas”, que ministravam o então ensino preparatório, com duração de dois anos. Esse modelo, baseado no uso das novas tecnologias de então, usava televisão como auxiliar, ou principal, meio de ensino, e, possibilitava a iniciação do secundário em todos os lugares que possuíssem electricidade, um aparelho de televisão, e claro, um Professor orientador.

No entanto, os custos com as Propinas para frequentar esse ensino eram de uns proibitivos 200 escudos por mês. O que, quer dizer, só para isso era preciso um orçamento aproximado de 1 800 escudos anuais (200 x 9 meses), aos quais havia que acrescentar custos de livros e materiais, num total, que no mínimo, rondaria os 2 mil e quinhentos mil reis.

A minha família vivia nesse tempo, com grandes dificuldades financeiras, e numa economia de subsistência. Minha mãe tomava conta da lida casa, era lavadeira de algumas casas da vila de Marvão, e ainda tomava conta da pequena horta arrendada, de onde tirávamos alguns bens alimentares para o sustento da família; meu pai, assumia os trabalhos mais pesados no amanho dessa horta e, sazonalmente, talvez numa média de 6 messes por ano, ia trabalhando por conta de outrem em actividades que iam da colha da azeitona, às ceifas; mas a sua grande vocação, era o tratamento dos “vimes” (planta para fazer vergas para cestos e cadeiras), que ia da limpeza ao corte, passando pela sua debulha e secagem. Os meus dois irmãos mais velhos haviam casado recentemente, seguindo por conta própria as suas vidas.

As necessidades básicas da economia familiar, ao nível interno, eram suportadas pela produção dos géneros alimentares que cultivávamos na horta. Com os parcos rendimentos que obtínhamos da venda de alguns excedentes, lá íamos fazendo frente à aquisição de alguns fertilizantes e novas sementes que era preciso renovar, para que a terra se não cansasse dos mesmos espécimes. Ao nível externo, as aquisições (importações), eram suportadas pelos rendimentos das jornas sazonais ganhas pelo meu pai nas actividades supracitadas, que rendiam cerca de 40 escudos por dia (tendo trabalho apenas em 6 meses por ano). Os rendimentos obtidos pela minha mãe, como lavadeira, eram para aquisição de algum vestuário, e dinheiro “para as linhas”, como então se dizia.

Vivia assim, em equilíbrio estável, a nossa economia familiar. Pobres, com muitas dificuldades, mas sem dívidas. Responder a um desafio, de investir 2 500 escudos, num orçamento familiar anual de 4 000 (63%), para por um filho a estudar numa qualquer telescola, era um desafio quase inconcebível!

Pergunto-me, ainda hoje, como terão meus pais conseguido responder a tal proeza. Ficar praticamente com 150 escudos por mês, para fazer face à aquisição externa dos essenciais bens de sobrevivência, tais como pão, açúcar, combustível para a alimentação de um candeeiro de iluminação a petróleo e, claro, a indispensável onça de tabaco “Duque”, para o Manel Buga matar o vício, não deve ter sido tarefa fácil, nem ao alcance de um qualquer “gaspar” da época!

Eu respondi fazendo a minha parte, realizando em 2 anos, o tal Ensino Preparatório. Mas depois, outra coisa não me restou, aos 12 anos de idade, que começar a trabalhar na Celtex em Santo António das Areias. A meus pais não podia pedir mais, o esforço já tinha sido colossal, e, a partir daí, toda a minha formação académica foi por mim custeada.

Fazendo uma breve analogia entre o passado e o presente, podemos verificar, que nos dias de hoje, um aluno do Ensino Superior paga, no máximo, 1 000 euros/ano de Propinas. Este valor é, praticamente, o rendimento de um mês de salário de um português com rendimentos médios. Comparando este valor, com o que meu pai pagava para o seu filho frequentar o Ensino Preparatório, rapidamente concluimos, que em 1967 para pagar 1 800 escudos, o meu pai teria que trabalhar, se trabalho arranjasse, pelo memos 2 meses, o dobro do que precisa actualmente um pai (ou mãe), para ter um filho na “Facoldade”.

É por isso que vejo, oiço e leio, com grande dificuldade de compreensão que, actualmente, homens e mulheres com 23 e 24 anos de idade, lamentarem-se que vão ter que começar a trabalhar para custearem os seus estudos, às vezes já com 15 e 16 anos de escolaridade para trás, nem sempre com aproveitamento, a viverem à custa dos pais, e, de um Estado falido mas benévolo, que tudo suporta.

Então mas se aos 30 anos de idade, ainda querem andar a viver à custa dos “orçamentos” e aos 60 já querem estar reformados, o que pensa esta geração contribuir para o tal “estado social” que reclamam?

Em minha opinião, entre os 18 e os 20 anos, é já mais que tempo de começarem a vergar a mola, e com o que produzirem custearem a tal Formação que tanto reclamam, porque a Democracia não tem apenas direitos, mas também exige alguns deveres, e o Estado Social não nasce do céu...

sábado, 26 de janeiro de 2013

Do Baú...


Os serões habituais, as conversas sempre iguais, os horóscopos, os signos e ascendentes, mais a vida da outra, sussurrada entre os dentes. Os convites nos olhos embriagados, os encontros de novo adiados, nos ouvidos cansados ecoa: A canção de lisboa.

Não está só a solidão, há tristeza e compaixão, quando o sono acalma os corpos agitados, pela noite atirados, contra colchões errados. Há o silêncio de quem não ri nem chora, há divórcio entre o dentro e o fora e há quem diga que nunca foi boa: A canção de lisboa.

Mamã, mamã, onde estás tu mamã, nós sem ti não sabemos mamã, libertar-nos do mal!

A urgência de agarrar, qualquer coisa para mostrar, que afinal nós também temos mão na vida, mesmo que seja a custa de a vivermos fingida. O estatuto para impressionar o mundo, não precisa de ser mais profundo, que o marasmo que nos atordoa: Ó canção de lisboa.

As vielas de néon, as guitarras já sem som, vão mantendo viva a tradição da fome, que a memória deturpa e o orgulho consome. Entre o orgasmo e a gruta ainda fria, e o abandonado da carne vazia, cada um no seu canto entoa: A canção de lisboa.

Mamã, mamã, onde estás tu mamã, nós sem ti não sabemos mamã, libertar-nos do mal!



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Era uma vez...


Era uma vez uma ribeira...
Era uma vez uns moinhos...
Era uma vez uns serranos vindos do hermínio maior, que chegaram ao hermínio menor...
Era uma vez uma família de moleiros em Marvão...

Vá lá uns rebuçaditos para a família Bugalhão:




Ainda não é a Catarina Serrana, nem tão pouco a sua sogra Antónia no século XVIII, no Moinho da Malpiqua, mas por agora é o que há....




As “ciganices” continuam...


Desde a tomada de posse do actual governo, que este sempre afirmou que pedir mais tempo para “alargar prazo do empréstimo da 'troika' a Portugal, não era positivo, porque tal representava o pagamento de mais juros, e por isso o Gaspar não iria fazê-lo.

Segundo as notícias de hoje, parece que tal sucedeu. Fica-se sem saber muito bem se foram os nossos credores que nos concederam a “benesse” por nos portarmos bem, se o Gaspar, perante tantas adversidades, o solicitou.

Não sei se isso é bom se é mau, a tanto não me ajudam os meus parcos conhecimentos. O que me custa aceitar é esta incoerência, desta vez por parte do Governo e dos partidos que o suportam, fazendo do que ontem era mau, ou muito mau, hoje já é bom, e, até atiram foguetes.

É através destas pantominices que se cavam as derrotas. O povo português tem fraca memória, mas assim, "tirar e meter" tão repentinamente, em tão curto espaço de tempo, é capaz de doer! E a malta ainda é capaz de se lembrar.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Tudo isto é fado...

Desespero! O mar turva-se aos meus olhos, porque o céu amua como a terra e entristece. Desespero! Roça a minha fantasia, a língua da serpente, e, o meu céu não amanhece.

Rasga a seda do meu sonho. Toma-me em teus braços nos instantes do delírio! Rasga o ventre do teu dono, com a sinfonia nos compassos do martírio!

Salva-me, amor salva-me! Estrela sensual que o meu céu seduz. Amor salva-me, vem e salva-me, olhar tropical que ao meu olhar dá luz!

Desespero! Mordo a minha consciência em três Avém Marias, onde salvo a existência
Desespero! Estendo a minha cobardia nos lençóis de linho onde existe..., a tua ausência!

Sopra o vento, e o pensamento teima em persegui-lo num perfeito desatino!
Rola o tempo, e, o coração aceita as leis da vida, indiferente ao seu destino.

Salva-me, amor salva-me! Estrela sensual que o meu céu seduz. Amor salva-me, vem e salva-me, olhar tropical que ao meu olhar dá luz...


(Ver ecrã inteiro)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Campanha "rosa" permanente, da rádio pública...

Como já aqui escrevi a “antena 1”, rádio pública, e de todos os portugueses (como fazem questão de publicitar constantemente), que deveria usar de isenção, sobretudo na sua linha editorial e sem favorecimentos, continua a sua campanha de manobras de intoxicação da opinião pública, favorecendo apenas uma das partes.

Durante toda a manhã de hoje, em todos os noticiários, de meia em meia hora, esta rádio mais não fez, do que realçar as declarações de Pires de Lima (dirigente do CDS/PP), na sua rubrica semanal “Conselho Superior”, quando este fez, no inicio da sua crónica (entre os 30 segundos e os 3 minutos), criticas à forma pouco hábil de comunicação do Governo, chegando a apelidá-la de “ineficaz e mesmo tola” (o que eu também concordo).

Mas, quando Pires de Lima entra no essencial da sua comunicação, criticando com argumentos concretos a estratégia política do Partido Socialista (entre os 3 minutos e 5 minutos e 30), esta “radiozita”, silencia, faz de conta e atira para canto...

Meus caros senhores, apesar de estar na moda e ser fácil criticar quem governa, favorecer uma das partes é jogo sujo, sobretudo, se a sua missão for a de isenção e de tratar todos de igual forma.

Ou só os simpatizantes do PS é que pagam os impostos, para vocês receberem no fim do mês?

Pires de Lima considera que Passos deve demitir responsável por fugas de informação - Política - Notícias - RTP

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Um país de governantes “xicos-espertos”, e de cidadãos que gostam de ser enganados...


Desde há mais de um ano, quando o Gaspar anunciou os cortes dos dois subsídios de natal e de férias na Administração Pública e Pensionistas, que se sabia qual o objectivo do governo, e das verbas necessárias para por um certo equilíbrio no “deficit”, pelo menos temporariamente, nas contas públicas.

O corte proposto em princípio, representava globalmente, nada mais, nada menos, que um corte efectivo de cerca de 15% nos rendimentos dos “directos sustentados” do Estado. Isto é, qualquer destes cidadãos que tivesse a receber 1 000 euros/mês, em vez de receber 14 mil no final do ano, receberia apenas 12 mil; como facilmente se conclui 85% do primeiro valor. Com se pensava poupar algumas situações de rendimentos mais baixos, imaginava o Gaspar, reduzir 10% nestas despesas do Estado.

O que se passou a seguir, todos conhecem: desde a gritaria das manifestações, às inconstitucionalidades do respectivo tribunal, passando pelas incongruências de um PS que não sabe o que há-de fazer à vida; de uma engenharia da treta, através Impostos, engendrada pelo governo para 2013 (poupem-me a mais explicações e mais confusões, ao que, de si, já não é nada fácil); continuam os nossos credores (troika), a clamar que a Despesa do Estado não foi reduzida, como teria sido acordado desde o princípio.  

Entretanto, a coisa não teve qualquer melhora, como era lógico, quando um problema não se ataca pelo princípio, ou quando o boi se não pega pelos cornos. E agora, a juntar aos cortes dos tais 15% na Administração Pública; junta-se o corte global de 8% nos rendimentos, a todos os trabalhadores do sector privado, com o corte de um dos subsídios através de Impostos.

Pergunto eu debaixo da minha ignorância de “pobre de espírito”:

- Então mas não teria sido mais fácil, para todas as partes, ter-se chegado a um consenso de cortar o mal pela raiz, e de uma vez por todas, através de uma redução dos tais 10% no processamento desses rendimentos (salários e pensões)?

- Embora ficando todos a perder, em relação ao passado recente, não seria muito mais claro, do que todas estas “engenharias da treta” de sobrecarregar nos Impostos?

- Então e não teríamos já reduzido os tais 4 000 milhões de que tanto se fala na Administração Pública (total de 45 000 milhões em Pensões, Salários, Subsídios de Desemprego, Apoios Sociais e outros)?

- Não teríamos tornado a nossa economia mais competitiva com a descida dos tais 10% da massa salarial nos privados, que nos vão tirar com o acréscimo de Impostos?

Etc., etc.

Mas tal como nas crises de 77 e em 83, quando tínhamos moeda própria, “o povo” gostava era de ser aumentado, se possível 20% ao ano! Bem..., a inflação chegava aos 30%, mas os sindicatos e as forças políticas que os dominam eram uns heróis. Os trabalhadores, esse continuavam a perder os tais 10%! Mas não davam por nada...

Hoje, não diminuem os salários e pensões, mas aumentam-se os Impostos nos tais 10%!

Tal como dizia a minha mãe: “se não é merda, cagou-a o gato...” 

PS:  E, para o ano, ainda vão querer os tais 4 000 milhões de acréscimo, vai uma apostinha? E não fiquem à espera da diminuição de Impostos, porque isso nunca se viu na história recente da sociedade portuguesa... 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Às vezes somos felizes com tão “pouco”...


Não sei lá muito bem porquê, mas neste final de manhã sinto uma tal sensação de bem-estar, que estou tentado a escrever que me sinto feliz, neste dia de nevoeiro.

Recordo-me que, quando dava os meus primeiros passos na arte de aprender enfermagem, um dos primeiros desafios que nos faziam, era procurar um conceito de “saúde”, e, lá mergulhávamos todos caloiros na velhinha “ moderna saúde pública” de Gonçalves Ferreira, à procura da melhor definição que encantasse os nossos mestres de que estavam ali verdadeiros discípulos de Florence Nightingale.

Remetia-nos essa obra para a definição idealista de saúde da OMS, conceito quase irrealizável que, se bem me recordo, dizia de forma abreviada, mais ou menos isto: “ a saúde, é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades". Logo, para mim, quando se falava num “completo bem-estar...”, isso era igual a Felicidade. No futuro passei sempre a associar a Saúde à Felicidade!

Nesta perspectiva, se a felicidade for como a saúde, estadio demasiado efémero, pois como diz o povo “ninguém diga que está bem...”, não sei quanto tempo isto vai durar, mas por agora há que desfrutar, não vá o diabo tecê-las!   

Voltando assim ao início desta despretensiosa reflexão, e procurando encontrar uma explicação para esta percepção de bem-estar, acho que tal se deve a uma noção de alguns deveres cumpridos, ou seja, o atingir de pequenos objectivos que, em tempos, de tão básicos, não me mereciam a devida importância.

Contribuem para obtenção desses objectivos, a realização de pequenas tarefas que, no passado, nunca pensei efectuar, mas que hoje contribuem para a minha autonomia e independência, e, consequente auto-realização pessoal, tais como: passar roupa a ferro durante duas horas, cuidar da limpeza do meu covil, preparar a minha frugal paparoca, lavar à mão a loiça de três dias, e, a cereja em cima do bolo, que é o passeio matinal pelo campo, a partir das 7 horas da matina, percorrendo as duas milhas diárias da praxe; e claro, o desabafo nestas crónicas manhosas!

E hoje foi dia de todas elas!

Perguntarão alguns se terei necessidade disto? Respondo: claro que sim! E não estive à espera da “crise” para ter este procedimento, pois desde que vivo sozinho, sempre o fiz, e foi um desafio que venci. Para além do bem-estar que me produz e, consequente felicidade, penso que isto se traduz nalguns ganhos financeiros ao fim de cada ano. Senão vejamos só algumas serviços básicos:

- 5 Horas/mês para passar roupa a ferro: 40 euros; 10 Horas/mês para limpeza da casa: 80 euros; 2 Refeições diárias em Restaurante rasca: 500 euros/mês; 3 Sessões de Ginásio/semana: 50 euros/mês; etc. Só aqui lá iam 670 aéreos! Realizando eu tais tarefas, os custos não ultrapassarão os 200 euros/mês (aquisição de géneros). No final, tudo somado, representa pelo menos, cerca de 5 000 euros/ano!

Perguntarão ainda outros: Então no final do ano é esturrar essas poupanças em férias no centro da Europa, nas Caraíbas, ou no Brasil? Pois..., não! Nos 10 anos de vacas gordas (2000-2010), aproveitei esses fundos para pagar o meu covil. Para agora poder dizer, como dizia o meu avô: não devo nada a cabrão nenhum!

Bem, “não devo nada”, é uma forma de desabafo: - Quero dizer da minha responsabilidade. Porque bem sei que, desde o Soares ao Cavaco, do Guterres ao Sócrates, passando pelo Durão, e agora o Coelho, encarregaram-se de se empenhar por mim, sem me pedirem autorização, em cerca de 20 000 euros de dívida pública! 

Qual será a opinião, sobre este abuso, do justicialista e novo partido político, Tribunal Constitucional? E do Seguro? E do Jerónimo? E do ex-Bloquista Louçã? E do Marinho Pinto? E do Provedor de Justiça que não sei o nome? E do Arménio? E dos Loureiros (BPN), dos Rendeiros (BPP) e dos Motas (BANIF)? E do Berardo? E da pqp a todos, fora as mães que possivelmente não têm culpa, a não a ser de os terem parido...

Se eu podia ser mais feliz sem me preocupar com esta canalhada toda? Claro que podia...! Mas não me sentiria tão bem, e consequentemente, como demonstra um estudo da moda, teria menos Saúde por não desabafar!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Que belo exemplo de uma "representante" do povo!

Deputada do PS detida por conduzir com 2,41 g de álcool por litro de sangue

Glória Araújo, deputada do Partido Socialista (PS), foi detida na passada sexta-feira em Lisboa, por conduzir com excesso de álcool no sangue (2,41 gramas por litro), bem acima do limite a partir do qual esta infracção é qualificada como crime (1,2 g/l).

(Pode ler aqui notícia mais completa)

"Deputada há 8 anos. Membro da Comissão para a Ética. Dinamizadora de acções sobre prevenção rodoviária e segurança na estrada. Conduz com excesso de álcool, com quase o quíntuplo permitido por lei. Perfeito. Ainda chega a ministra dos Transportes..."

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Gato por lebre, constantemente!


Anda-me a irritar certa comunicação social, que constantemente, tenta lançar poeira nos nossos olhos já semi-cerrados. Ou ainda pior, com frequência lança gasolina, para uma fogueira já atiçada quanto baste.

Até admito isso por parte de alguns órgãos de informação, ao serviço de determinados grupos económicos ou forças partidárias (que todos deveríamos saber quem são e a quem representam), mas quando isso vem da parte dos órgãos púbicos, nomeadamente, a RTP e a RDP, acho inadmissível.

Quem escuta diariamente, estes dois órgãos de comunicação social, sobretudo a “antena 1”, não lhe custará concluir, que as suas orientações redactoriais estão infestadas de “gente” demasiado conotada com os anteriores governos que ao longo dos últimos anos estiveram no poder em Portugal. Oiçam-se os programas da manhã e de debates, que rapidamente se concluirá que puxam todos para o mesmo lado esquerdista. Só me questiono, é porquê? Quando essa área política pede tanta isenção. Então porque continuam os seus “boys” comodamente instalados e a fazerem opinião que só agrada aos seus chefes?

Eu não exijo que sejam da cor do actual governo, mas ao menos que usem de alguma isenção, é para isso que são pagos pelos impostos de todos os portugueses. Vejam lá se conseguem ver mais cores que o “rosa”, porque a coisa já está negra quanto baste. Depois venham-se queixar do “relvas”! Dependessem vocês de um tal “silva pereira”, e já tinham ido todos contar anedotas para outras paragens.

Vem isto a propósito, de uma notícia, com que hoje a tal “antena 1”, rádio púbica, com um não sei quê de ingenuidade, veio abrir todos os noticiários, informando, de uma forma mais do que abusiva que “Portugal tem a maior carga de impostos de toda Europa”, dando como exemplo que “um casal que em Portugal tenha rendimentos de 300 000 euros (trezentos mil euros!), tem descontos superiores a um casal idêntico que viva na Alemanha!

Então mas isto é uma notícia séria? Mas quantos casais este senhor jornalista e o “seu chefe”, conhecem em Portugal com rendimentos de 300 mil euros? E se existirem, não é justo que sejam taxados como quer o Gaspar? Então quem é que o senhor jornalista quer que sejam taxados com 67%, quem ganha 600 euros por mês? Qualquer dia ainda o ouvimos assumir que é “socialista de esquerda”!

O que esses senhores jornalistas ao serviço de interesses partidários deveriam dizer, mas não dizem, porque o que lhes interessa é passar a mensagem de que Portugal é o país com maior carga de impostos, quando isso é falso (e eles sabem que é falso); é que esse estudo era apenas para rendimentos superiores a 50 000 euros (4 200 euros/mês), como se pode ler aqui.

E se querem a minha opinião, é a de que não posso estar mais de acordo: Quem mais ganha, mais deve descontar. E não sou socialista!!!

E já agora senhores jornalistas pagos com os nossos impostos, mesmo assim quantas familias em Portugal têm rendimentos superiores a 50 000 euros? Possivelmente as vossas e algumas dos vossos “chefes” que vos encomendam notícias desta!

Não brinquem connosco, e tenham juízo...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Marvão, hoje...

Com um pedido de descupas ao Jorge Oliveira, mas tive que "roubar". Impressionante!...


O pirómano, o chefe-de-bombeiros "laisez faire" , e o repórter de exteriores...


(Sem qualquer sentido pejorativo para os bombeiros e repórteres sérios)

Existe uma figura na política portuguesa que me irrita solenemente, não de agora, mas desde há mais de duas décadas. A última vez foi ontem, quando veio fazer comentários, tipo repórter de exteriores, sobre um “incêndio” que lavra no país! Quando ele, no passado, já foi pirómano e, posteriormente, “o chefe-de-bombeiros” inoperante, que pouco mais fez,  do que estar sentado comodamente no seu posto de comando, a ver o incêndio alastrar.

Passo a explicar para aqueles que não tenham percebido a quem me refiro.

1- Período de “pirómano”: 

Em 1984, quando país estava mergulhado numa grave crise política, ascendeu por processos muito pouco claros (consta que só se candidatou porque corria o risco de expulsão da administração pública por faltas na faculdade onde exercia funções), à liderança de um partido que, pouco tempo depois, o levaria à chefia, durante 10 anos (1985-1995), dos destinos do país. Tendo a sorte de, por essa altura, o país ter entrado na CEE.

Esses 10 anos foram o oásis da vida desse país, com a entrada de milhões e milhões de euros da Europa, sem qualquer controlo ou planeamento. A ideia era modernizar Portugal. Em minha opinião, esse político, durante esse período, pouco mais fez, estruturalmente, do que criar os alicerces da situação em que hoje nos encontramos.

Permitiu que esses fundos fossem esturrados de forma abusiva em luxos da classe dominante, tais como: jeeps, mansões, automóveis de grande cilindrada; proporcionou aos seus amigos a fundação de instituições financeiras criminosas como o BPN e afins (dirigidas pelos seus delfins); criou um sistema retributivo para administração púbica inconcebível e as bases de um estado social insustentável; iniciou a política do betão com estradas, e muitas estradas; em contrapartida, em vez de reestruturar o país, permitiu a destruição da débil industria, agricultura e pescas que o país possuía, e sonhou que este país poderia viver de serviços e do turismo, etc., etc.

Mesmo assim, a Dívida Pública subiu de uns meros 10% em 1984, para cerca de 40 % do BIB em 1995, quando deixou o cargo.

2 - Período de “chefe-de-bombeiros” inoperante

Esse mesmo “figurão” ascendeu em 2006 ao mais alto cargo da política portuguesa, depois de um período de 10 anos em que esteve em hibernação política. Durante esse período, ficou famoso o episódio de ter enfiado as suas “parcas” poupanças financeiras, e de sua filha, em produtos manhosos do tal BPN, das quais, o supra sumo dos economistas, retirou dividendos avultados, devido às altas taxas de rendibilidade lá praticadas, incomparáveis com o que era pago no sistema bancário “normal”, e sem achar nada estranho. Para além da parábola da “boa e má moeda”; a boa moeda era a dele (fêmea reprodutora), por isso rendia tanto no BPN. A minha (por ser macho), apenas rendia 2 a 3%, por isso não sou eminente economista, e também não sou grande amigo de Dias Loureiro, do Oliveira e Costa, ou do Duarte Lima; & companhia ilimitada.

Entre 2006 e 2011, esse “chefe-de-bombeiros” vê a fogueira alastrar, como nunca se tinha visto. Passa de uma área ardida de cerca de 60% para mais de 120%, atingindo uma cifra de “área ardida”, superior à área total, isto é, começou a arder no ardido).

O país “ardeu” todo, que é como quem diz faliu, entrou em banca rota, e teve que pedir ajuda externa. Hipotecou (ou perdeu) a sua pouca independência, e teve que chamar “bombeiros da estranja” (a troika).

O que fez o “chefe”? Tomou medidas para estancar o incêndio, proporcionou um contra-fogo, demitiu o responsável da “protecção civil”, responsabilizou os seus coadjuvantes pela catástrofe? Nada. Assistiu, pura e, simplesmente, assistiu! Nem sequer participou num pedido de ajuda, em tempo útil, aos bombeiros estrangeiros.

3 - Período de “repórter-de-exteriores”

Foi ontem, com grande espanto meu, vi o dito sujeito, tipo “repórter de exteriores”, com tempo de antena especial, a vir dizer que o grande problema do país é a sua Divida Externa, tanto a pública como a total; isto é a “área ardida”; sobre a qual, em minha opinião, não só patrocinou, como durante 10 anos, nada fez para minimizar os seus efeitos.

Apresentou ontem, como “grande” solução para a saída da coisa, não qualquer medida ou plano saído da sua cabeça para a reflorestação da área ardida; mas que se faça uma prece a deus, isto é à Europa, para que mande “chuva”, ou pelo menos alguma humidade, senão a coisa vai arder toda outra vez. O problema é que o “céu” parece que também já está a arder...

Adiantou ainda, com grande alarido nos “papagaios falantes” (que mais uma vez andam a discutir o supérfluo em vez do essencial), que possivelmente, o novo “plano de protecção da natureza da nova protecção civil” (o OGE), poderá não ser constitucional por não tratar todos os portugueses por igual!

O senhor deve estar a brincar com certeza. Então mas este não é o país da Europa em que existe maior desigualdade entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres? Desigualdade entre portugueses! Não me faça rir meu caro senhor, que o caso é muito sério.   

Ou será por este também já lhe deitar fogo ao rabo, das suas duas chorudas pensões? É que consta, que o dito, gosta mais de dinheiro do que muitos macacos de bananas....