quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O pirómano, o chefe-de-bombeiros "laisez faire" , e o repórter de exteriores...


(Sem qualquer sentido pejorativo para os bombeiros e repórteres sérios)

Existe uma figura na política portuguesa que me irrita solenemente, não de agora, mas desde há mais de duas décadas. A última vez foi ontem, quando veio fazer comentários, tipo repórter de exteriores, sobre um “incêndio” que lavra no país! Quando ele, no passado, já foi pirómano e, posteriormente, “o chefe-de-bombeiros” inoperante, que pouco mais fez,  do que estar sentado comodamente no seu posto de comando, a ver o incêndio alastrar.

Passo a explicar para aqueles que não tenham percebido a quem me refiro.

1- Período de “pirómano”: 

Em 1984, quando país estava mergulhado numa grave crise política, ascendeu por processos muito pouco claros (consta que só se candidatou porque corria o risco de expulsão da administração pública por faltas na faculdade onde exercia funções), à liderança de um partido que, pouco tempo depois, o levaria à chefia, durante 10 anos (1985-1995), dos destinos do país. Tendo a sorte de, por essa altura, o país ter entrado na CEE.

Esses 10 anos foram o oásis da vida desse país, com a entrada de milhões e milhões de euros da Europa, sem qualquer controlo ou planeamento. A ideia era modernizar Portugal. Em minha opinião, esse político, durante esse período, pouco mais fez, estruturalmente, do que criar os alicerces da situação em que hoje nos encontramos.

Permitiu que esses fundos fossem esturrados de forma abusiva em luxos da classe dominante, tais como: jeeps, mansões, automóveis de grande cilindrada; proporcionou aos seus amigos a fundação de instituições financeiras criminosas como o BPN e afins (dirigidas pelos seus delfins); criou um sistema retributivo para administração púbica inconcebível e as bases de um estado social insustentável; iniciou a política do betão com estradas, e muitas estradas; em contrapartida, em vez de reestruturar o país, permitiu a destruição da débil industria, agricultura e pescas que o país possuía, e sonhou que este país poderia viver de serviços e do turismo, etc., etc.

Mesmo assim, a Dívida Pública subiu de uns meros 10% em 1984, para cerca de 40 % do BIB em 1995, quando deixou o cargo.

2 - Período de “chefe-de-bombeiros” inoperante

Esse mesmo “figurão” ascendeu em 2006 ao mais alto cargo da política portuguesa, depois de um período de 10 anos em que esteve em hibernação política. Durante esse período, ficou famoso o episódio de ter enfiado as suas “parcas” poupanças financeiras, e de sua filha, em produtos manhosos do tal BPN, das quais, o supra sumo dos economistas, retirou dividendos avultados, devido às altas taxas de rendibilidade lá praticadas, incomparáveis com o que era pago no sistema bancário “normal”, e sem achar nada estranho. Para além da parábola da “boa e má moeda”; a boa moeda era a dele (fêmea reprodutora), por isso rendia tanto no BPN. A minha (por ser macho), apenas rendia 2 a 3%, por isso não sou eminente economista, e também não sou grande amigo de Dias Loureiro, do Oliveira e Costa, ou do Duarte Lima; & companhia ilimitada.

Entre 2006 e 2011, esse “chefe-de-bombeiros” vê a fogueira alastrar, como nunca se tinha visto. Passa de uma área ardida de cerca de 60% para mais de 120%, atingindo uma cifra de “área ardida”, superior à área total, isto é, começou a arder no ardido).

O país “ardeu” todo, que é como quem diz faliu, entrou em banca rota, e teve que pedir ajuda externa. Hipotecou (ou perdeu) a sua pouca independência, e teve que chamar “bombeiros da estranja” (a troika).

O que fez o “chefe”? Tomou medidas para estancar o incêndio, proporcionou um contra-fogo, demitiu o responsável da “protecção civil”, responsabilizou os seus coadjuvantes pela catástrofe? Nada. Assistiu, pura e, simplesmente, assistiu! Nem sequer participou num pedido de ajuda, em tempo útil, aos bombeiros estrangeiros.

3 - Período de “repórter-de-exteriores”

Foi ontem, com grande espanto meu, vi o dito sujeito, tipo “repórter de exteriores”, com tempo de antena especial, a vir dizer que o grande problema do país é a sua Divida Externa, tanto a pública como a total; isto é a “área ardida”; sobre a qual, em minha opinião, não só patrocinou, como durante 10 anos, nada fez para minimizar os seus efeitos.

Apresentou ontem, como “grande” solução para a saída da coisa, não qualquer medida ou plano saído da sua cabeça para a reflorestação da área ardida; mas que se faça uma prece a deus, isto é à Europa, para que mande “chuva”, ou pelo menos alguma humidade, senão a coisa vai arder toda outra vez. O problema é que o “céu” parece que também já está a arder...

Adiantou ainda, com grande alarido nos “papagaios falantes” (que mais uma vez andam a discutir o supérfluo em vez do essencial), que possivelmente, o novo “plano de protecção da natureza da nova protecção civil” (o OGE), poderá não ser constitucional por não tratar todos os portugueses por igual!

O senhor deve estar a brincar com certeza. Então mas este não é o país da Europa em que existe maior desigualdade entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres? Desigualdade entre portugueses! Não me faça rir meu caro senhor, que o caso é muito sério.   

Ou será por este também já lhe deitar fogo ao rabo, das suas duas chorudas pensões? É que consta, que o dito, gosta mais de dinheiro do que muitos macacos de bananas....

3 comentários:

Pedro Sobreiro (Tio Sabi) disse...

Depois quando fores preso, tens que me dizer que chocolatinhos queres que te leve, ou que maço de tabaco preferes, no caso de começares a fumar. É que se o senhor de que falas sabe o que escreveste sobre ele e estiver ao seu nível,a "coldra" é o único destino possível. Cuidado...

João, disse...

Meu caro Pedro, os chocolatinhos? Podes levar de todas as marcas, gostos de todos. Cigarros? Só daqueles “paivantes de enrolar”, para passar o tempo, e, sobretudo para provar.

O pior vai ser “aquilo” que parece que por lá se distribui, e que eu nunca provei, mas também queria ver se «batia as botas» sem provar...

Um pouco mais a sério, parece que, quem tenho poucas probidades de lá encontrar são os amigos desse figurão, sobretudo aquele que está lá para o “cabo” do mundo e que era bem encaixotado, pois parece que o rombo já se aproxima dos 7 000 milhões, quase o que gasta o SNS em Portugal durante um ano.

Abracinho para ti, e vai aparecendo. Tenho muito mais prazer em falar contigo, do que falar dessa cambada toda....

João, disse...

Já agora, meu caro Pedro, talvez este também vá comigo lá para “dentro” (embora eu também não goste nada dele):

"Marcelo não percebe dúvidas de Cavaco sobre Orçamento (Renascença)"

Marcelo Rebelo de Sousa confessa não perceber porque razão este ano o Presidente da República acrescentou dúvidas em dois pontos do Orçamento do Estado para 2013 quando, no ano passado, os cortes previstos eram maiores!

Oh Marcelinho, então não percebe, ou não quer entender? Eu passo a explicar:

É porque das duas chorudas aposentações que o senhor tem, o Gaspar, vai-lhe buscar 5 000 euros de impostos, e o senhor anda muito necessitado. E sabe qual é o acréscimo para quem ganha 600 euros de aposentação ou ordenado? São “zero” euros! E o dito cujo não gosta. Supostamente deve ser porque acha que os dos 600 euros também devem pagar!