terça-feira, 5 de março de 2013

Perguntas (simples) que incomodam... (8)


Legenda: FAP - 1 Oficial/1 Sargento/2 Soldados


No tempo em que eu fui militar, servindo durante 4 anos as Forças Armadas Portuguesas, mais concretamente, como Oficial Miliciano de Cavalaria, a relação da constituição de um Pelotão Operacional era de 1 Oficial, 2/3 Sargentos, e cerca de 30 a 35 Soldados. Isto já em tempo de paz, porque parece que em tempos de guerra, que terminara recentemente, a relação entre soldados/sargentos e oficiais, ainda era maior.

Foi revelado, recentemente, pelo Instituto de Defesa Nacional, como se pode ler aqui; que existem actualmente, cerca de 38 000 efectivos nas fileiras das Forças Armadas Portuguesas. Destes, 8 mil são Oficiais, 12 mil são Sargentos e 18 mil são Soldados. O que dá, mais ou menos, uma relação base de 1 Oficial/1 Sargento/2 Soldados.

Será isto uma relação normal para uma Instituição que se quer respeitável?

3 comentários:

Luís Bugalhão disse...

Claro que não é. O que devia fazer-se era despedir todos os oficiais e sargentos a mais, continuar a não incorporar voluntários/contratados até chegar a um racio total de 1 oficial (de preferência aspirante), um sargento (de preferência furriel) e cinco ou seis soldados (de preferência básico). assim poderíamos ficar com 7 ou 8 militares nas FFAA, e ficávamos todos muito mais descansados e as FFAA muito mais respeitável. Andas cada vez mais tapadinho...

João, disse...

Em primeiro lugar obrigado pelo eco (e não me contes a anedota do outro). Sabes que isto da idade, e de vivermos no campo, deixa-nos assim, “tapadinhos”, alguns, porque há por aí muita gente com grandes visões, os resultados é que são escassos. Nada me tira da cabeça (como na outra anedota), que é a diferença entre a teoria e a prática.

Falando mais a sério. Não estou em condições de avaliar, actualmente, nem a missão nem o desempenho das Forças Armadas. Acho que entre as minhas dúvidas e as “tuas propostas” deverá estar a resultante, que é como quem diz, o equilíbrio!

O que me parece pouco lógico é a relação existente (8 000 Oficiais, 12 mil Sargentos, 18 mil praças), não me parece bem, e “prontos”.

Aceito que quem está dentro do processo, este lhe pareça o bem. Quem está de fora, tem direito às suas dúvidas e a questionar. Não sei se são demais os Sargentos e/ou os Oficiais, já disse que não estou capaz de avaliar, mas se tiveres dados de outros países, embora as realidades sejam diferentes, gostaria que mos enviasses, talvez pudéssemos comparar...

De borla afirmo esta (feita por “básicos”): Desde que o mundo é mundo, sempre a Missão dos militares foi “preparar a paz em tempo de guerra, e, preparar a guerra em tempo da paz...”.

Se tal ainda se aplicar, e uma vez que as Forças Armadas Portuguesas estão em “tempo de paz”, embora não pareça, pelo menos a julgar pelo nº de Generais e Oficiais Superiores, por muito que a guerra tenha mudado, seria de bom senso que se fossem preparando fora dos gabinetes, a não ser que seja para o Xadrez e para o Bridge.

Convém por isso, que a rapaziada dos galões e das divisas vão preparando alguma “carne para canhão”, para que não terem que a fazer à pressa, como foi da última vez, porque isso dos milicianos e voluntários, não sei se vai resultar. Como as coisas andam...

E se no final, guerra houver, é sempre bom ter um amigo do outro lado da barricada, quem sabe nos venha a salvar a pele. Tem-se visto muito disso ao longo da história...
Um abraço...

João, disse...

Para fundamentar o que acabo de escrever no comentário anterior. Atente-se no que diz este "passarão":

O primeiro-ministro do Luxemburgo e ex-chefe do Eurogrupo, Jean-Claude Junker, acredita que a crise europeia pode resultar numa futura guerra, segundo a revista alemã Der Spiegel.


«Quem acredita que a eterna questão da guerra e paz na Europa não pode voltar a ocorrer, está completamente errado. Os demónios não desapareceram, estão apenas a dormir, como foi demonstrado pela guerra na Bósnia e no Kosovo», disse, comentando os efeitos da crise sobre a sociedade.