quarta-feira, 19 de junho de 2013

Será Mário Nogueira o "verdadeiro" ministro da educação?

Que me perdoe o meu amigo Hermínio Felizardo, de quem sei alguma coisa do seu percurso profissional (que ele mesmo aqui contou), que não conheço como professor, isto é enquanto profissional que tem a função de ensinar; mas que suponho estar na profissão como está enquanto pessoa, e isso dá-me, só por si, garantia de poder acreditar ser um profissional honesto e digno do título que ostenta.

Mas como já aqui referi em artigos anteriores, nem todos os professores merecerão esta avaliação, aliás como em todas as profissões. E a julgar por algumas avaliações, de RESULTADOS (como a que aqui referi em relação à media da nota de português do 4º ano: 48,7%), haverá muito para mondar na classe, e nem todos os problemas estarão do lado do ministério e do actual ministro.

Hoje de manhã ao ouvir o “pano para mangas” na Antena 1, da autoria de João Gobern, este teceu os maiores elogios à pessoa do actual ministro Nuno Crato (antes de o ser), quer como pessoa quer como professor; mas arrasou-o enquanto ministro!

Esta apreciação tem, aliás, sucedido, com quase todos os anteriores ministros! Porque será?

Neste artigo, da autoria de Henrique Raposo, talvez encontremos parte da resposta:  

“Quem é Mário Nogueira?

Um professor dá aulas e Mário Nogueira não dá aulas há mais de 20 anos. Parece mentira, mas este senhor está num perpétuo horário zero há duas décadas. A sua "carreira" docente conta com 32 anos de serviço, mas, na verdade, o Glorioso Líder da Fenprof só deu aulas nos primeiros 10 anos de vida profissional. Os últimos 22 anos foram dedicados ao sindicalismo profissional.

Não, Mário Nogueira não é professor, é sindicalista. O que me leva a uma pergunta óbvia: como é que alguém que não dá aulas há vinte anos pode representar com realismo as pessoas que dão aulas todos os dias?

E esta comédia sindical não se fica por aqui. Por artes burocráticas impenetráveis, Mário Nogueira tem sido avaliado como professor: recebeu o "Bom" correspondente à classificação de 7,9 obtida no agrupamento de escolas da Pedrulha, Coimbra (Correio da Manhã, Dezembro 2011).

Mais uma vez, um camião de perguntas bate à porta: se não dá aulas, como é que este indivíduo pode ser avaliado como professor? Como é que se opera este milagre da lógica? Entre outras coisas, parece que conferências e artigos de jornal contam para a avaliação de Mário Nogueira. Fazer propaganda da Fenprof, ora essa, é igual ao confronto diário com turmas de vinte e tal garotos. Justo, justíssimo, justérrimo.

Se não é professor, quem é afinal Mário Nogueira? Na minha modesta opinião de contribuinte assaltado por horários zero e afins, Mário Nogueira é o verdadeiro ministro da educação.

A cadeira do ministério vai mudando de dono, mas Mário Nogueira está lá sempre. Os governos sucedem-se, mas a Fenprof está lá sempre. E, com menor ou maior intensidade, as políticas educativas são determinadas pela Fenprof e não pelos governos democraticamente eleitos.

A força das eleições nunca chega à tal escola pública, que é auto-gerida há décadas pela Fenprof. Curiosamente, TV´s e jornais nunca fazem fogo sobre este sindicato. O poder da educação está ali, mas as redacções só sabem queimar ministros atrás de ministros. Nunca ouvi ou li uma entrevista a Mário Nogueira. Só vi e ouvi tempos de antena.

Quem é Mário Nogueira? Um dos inimputáveis do regime.”

Oh marinho, tendo em conta a limitação de mandatos, não será já tempo de embalar a trouxa e...., zarpar.

2 comentários:

Helena Barreta disse...

Zarpar? Deve ser tão bom ser "professor" sem ter alunos e sem dar aulas e sem aquelas "chatices" todas que dizem ter os professores. Assim como assim só dá palestras aos "colegas".

Um abraço

zira disse...

Bem que me enganou...