quarta-feira, 16 de julho de 2014

Umas “estatísticas” de vez em quando, sempre dá para irmos pensando (1)


Desemprego: O cancro social

O “cancro” social do nosso tempo é o Desemprego. Embora também soframos de “diabetes” (o endividamento), e de “hipertensão grave” (os custos com a energia). Para não falarmos de outras maleitas que nos apoquentam, e não nos irão largar, como sarna, nas próximas décadas. Não me irei aqui debruçar profundamente sobre este fenómeno que é o Desemprego, isso é para os especialistas, apenas aqui quero trazer alguns dados e reflexão, para que cada um faça a sua análise.

Contrariamente ao que nos querem fazer querer na comunicação social, através dos «papagaios canhotos», o Desemprego, não é apenas fruto da governação de Passos Coelho ou das consequências da intervenção da “troika”, o Desemprego tem raizes mais profundas, e veio subindo de maneira constante desde 2005. Isto é, desde que José Sócrates e os socialistas entraram no governo. Como se pode ver no Gráfico 1. 


Em 2005, quando Sócrates chegou ao governo, o Desemprego afectava 8% da população em idade activa, cerca de 420 000 mil portugueses. Em 2011 quando Sócrates se demitiu, a percentagem de desempregados era de 12%, isto é, 630 000 portugueses. Quem não se lembra dos célebres cartazes socráticos que em 2005 prometiam 150 000 empregos? Se alguém já se esqueceu, como parece que sim, aqui fica um exemplar na Figura 1. 

 


Apesar de todos os investimentos públicos, provenientes de empréstimos, e, a respectiva propaganda, em 6 anos não só não se criaram mais 150 000, como ainda se perderam mais 210 000 empregos.

Portanto a herança socrática em 2011 foram 630 mil desempregados. E se repararmos bem no Gráfico 1, desde 2008 que a subida foi sempre constante até ao 1º trimestre de 2013, em que a percentagem do desemprego chegou aos cerca de 17%, e atingindo cerca de 900 000 portugueses. Se retirarmos os tais 630 mil de 2011, encontramos um aumento de 270 000 mil portugueses desempregados. Este sim foi o número que se deve ao actual Governo.

Podemos assim concluir, em nome da verdade, que entre 2005 e 2013 o número de desempregados em Portugal aumentou em cerca de 480 mil: 210 mil no Governo de Sócrates e 270 mil no Governo de Passos Coelho.   

No entanto, podemos ainda verificar no Gráfico que a partir do 1º trimestre de 2013 a situação parece ter começado a inverter-se, e em Junho de 2014 o nº de desempregados em Portugal rondava os 788 000, isto é menos 130 000 que em Março de 2013. 

São “ainda” muitos? Claro que sim, mas pela primeira vez em 10 anos a curva baixou. Veremos os próximos meses.

Só que como agravante deste problema, deste total de desempregados, apenas 341 mil (menos de metade), têm subsídio de desemprego. E custam aos contribuintes quase 3 000 milhões de euros.

Claro que não irão faltar aqueles que dizem que o Desemprego desceu porque os portugueses emigraram! Sim é verdade, alguns. Mas de acordo com o INE, do total desses 138 000 que deixaram os Centros de Emprego, apenas 40 mil emigraram; 20 mil morreram ou passaram à reforma; mas perto de 78 mil arranjaram trabalho em Portugal.

Outros dados que convém ter em conta são os “custos” do desemprego, suportados pelos contribuintes, nos últimos 12 anos. Como se pode ver no Gráfico 2, desde 2000 que esses custos não param de crescer, triplicando desde essa data: Cerca de 800 milhões de euros em 2000, passaram para 2. 600 milhões em 2012. E de acordo com alguns dados conhecidos esses valores aumentaram em 2013.



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