quarta-feira, 10 de setembro de 2014

1º Round - Que pobreza...




“Hoje (ontem) ficou bem demonstrado o que o PS tem para oferecer aos portugueses: candidatos que são um vazio de ideias e estratégias para o país: a única coisa que os move é o poder; o argumento que António Costa usa para justificar esta palhaçada onde meteu o partido dele, é que ele, Costa, tem mais condições para lá chegar que o Tozé. Patético. Esta campanha para eleger um "candidato a 1º ministro" tem pelo menos uma virtude: eles têm de mostrar o que valem. E até ao dia 28 de Setembro os portugueses "há-dem" perceber que eles valem muito pouco.

(Alexandre Carvalho da Silveira)”


Elejo este comentário, dos muitos que li por aí, a respeito do debate entre António Costa e António José Seguro. E cito-o por me rever nele um pouco. Quem assistiu ontem a este 1º confronto entre estas duas personalidades que querem governar Portugal e os ecos que se seguiram nas televisões, acho eu que tem que se sentir defraudado, e pensar que este país assim não vai lá.

Começando pelo debate, que inclui a jornalista moderadora pelas perguntas que fez e pelas que não fez, mais parecia uma entrevista para seleccionar um candidato a um qualquer “big brother”, ou outro qualquer “reality show”, todos mais preocupados com a “imagem” do que com os conteúdos, e privilegiado o supérfluo em detrimento do essencial. Assim não pode ser.

E desculpem-me senhores jornalistas e comentadores militantes, eu estou-me nas tintas para que o primeiro-ministro seja "um gajo bonito e porreiro", ou "esteja sereno perante as câmaras ou mais ansioso", se é "um doutor de Vila Real ou um camponês de Lisboa, ou vice-versa", se um é "melhor actor do que o outro", ou de coisas do género "Seguro aparentou ter um feitio perigoso", "arma-se em cão raivoso", "fez biquinho", "António Costa conseguiu aguentar todas as ofensas" ou Seguro "faz uns esgares que fazem lembrar uma cobra-cascavel"; o que eu quero saber, e penso que a maioria dos portugueses, é se estes dois estão bem preparados para governarem o país e quais as ideias e estratégias que apresentam para governarem.

O que eu quero saber é:

- Quais as propostas concretas, exequíveis e calendarizadas que têm para diminuírem a maior chaga social que é o desemprego.

- Que valor para o salário mínimo nacional e quais as medidas para promoveram a sua sustentabilidade, sobretudo nas micro e pequenas empresas.

- Como vão ser capazes de manter os custos do actual SNS, com os parcos recursos que possui o Estado.

- Que propostas para o Ensino Superior, que continua a formar cursos em áreas que ninguém precisa. Veja-se o caso das áreas das humanidades/engenharias.

- O que vão fazer com as "rendas" excessivas que ainda pagamos com as PPP´s, e que o próprio partido deles (PS) criaram. 

- Como vão no futuro melhorar e controlar a supervisão ao sistema bancário e financeiro para se evitarem coisas como o BPN e BES. 

- O que vão fazer às Empresa Públicas, nomeadamente, as de transportes, e como as vão financiar no futuro.

- Como vão eles aumentar as Receitas do Estado (com números concretos), para fazerem face às Despesas que se propõem aumentar (com a reposição de salários e parar os cortes nas pensões, reabrir Tribunais e Escolas, etc., como andam a prometer).

- Qual a “receita” ou “poção mágica” (enquanto estadistas) que têm para fazerem o tal crescimento económico de que tanto falam. E porque não o fizeram no passado quando tiveram responsabilidades governativas e políticas (no caso do António Costa), ou se descobriram novas estratégias.

- Como é que vão fazer a sustentabilidade da Segurança Social. Onde vão eles há procuras das Receitas que cubram os custos insustentáveis (38 000 milhões de euros em 2013) que são hoje praticamente 50% das Receitas totais do estado. E com tendência para se agravarem drasticamente, por razões demográficas e não só, no futuro.

- Para quanto terá de crescer o PIB português (o tal aumento de riqueza de que falam) para sustentar uma Despesa Pública superior a 80 000 milhões de euros. Como vão conseguir um PIB de 200 000 milhões, quando actualmente não chega aos 170 000 milhões de euros.

- Como vão ser capazes de aumentar as Exportações e terem uma Balança Comercial equilibrada, se no passado nunca o fizeram, e porquê?

- E por fim, qual a estratégia que têm para diminuir a Dívida Pública e respeitarem o Tratado Orçamental, que assinaram e se comprometeram a respeitar (o PS) com défice inferior a 2,5%?


Se me responderem concretamente, e com simplicidade, a estas questões, eu até me vou inscrever ainda hoje, como simpatizante, e votarei nos dois....     

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