sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ainda dizem que já não há heróis...



Acho-me um rapaz semi-informado. Diga-se até que, para o meio português não devo ser dos piores, já que pouco mais tenho que fazer. Costumo até responder quando me perguntam o que faço na vida, costumo responder com simplicidade: - Observo o mundo!

Mesmo assim ontem, quando assistia à discussão do Orçamento de Estado para 2015 na Assembleia da República, comecei a reparar num rapazola bem-parecido ao lado do novo (velho) líder parlamentar do Partido Socialista Ferro Rodrigues. E eu a pensar que conhecia quase toda essa gente do meio!

Mais curioso fiquei quando o vi levantar para intervir no debate. Sinceramente, não sei o que disse. A única coisa que me preocupou foi saber quem seria o novo “figurão” da turma “costista”, promovido agora à primeira fila da bancada socialista. Foi então que a prestimosa televisão identificou a criatura. E fiquei assim a saber chamar-se: Pedro Nuno Santos!

Mas quem seria o Pedro Nuno?

Depois de algumas pesquisas, rapidamente se fez luz. O Pedro Nuno é um ex-presidente da jovem organização partidária Juventude Socialista, que tão exemplares políticos têm dado a este nobre país. Fiquei ainda a saber que, este “rapaz”, foi aquele célebre herói que, em Dezembro de 2012, se distinguiu por ter afirmado em Castelo de Paiva, a respeito Dívida Pública portuguesa: 

“... temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e franceses - ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos. As pernas dos banqueiros alemães até tremem".

Ah ganda Pedro Nuno, sim senhor. São afirmações dessas que nos fazem sentir que somos a tal “nação valente”. E vês, vale sempre pena sermos destemido, já estás na primeira fila do Parlamento. E tenho quase a certeza que, daqui a mais ou menos 12 meses, quando o Costa limpar isto como quem limpa o cu a meninos, hás-de ser premiado. Não com a pasta da defesa mas, quase de certeza, com a dita da Guerra. E estarás assim, mais uma vez, na primeira fila para “contra os canhões marchar, marchar”, que é como quem diz: pôr os alemães e franceses não de joelhos, mas de cócoras, pelo menos os alemães, que já têm experiência. E os francius? Hão-de habituar-se. Dizem que quem experimenta uma vez, não quer outra coisa!

Belo rapaz, sim senhor, é de gente assim que o país precisa. Conta comigo. Mas mais para o género feminino, não me dou bem com modernices, nem com mentes avariadas.

Mas olha não há bela sem senão! Já não te auguro grande futuro para vidente, ou mesmo profeta, pelo menos a julgar por esta tua crónica escrita em Outubro de 2013 no “Jornal i”, ou estarás a perder qualidades? O princípio de Peter é uma chatice. Já agora deixo aqui essa tua premeditação falhada, para os meus amigos reflectirem sobre quem são as figuras que o Costa anda a promover. 

Oxalá não te melindres. Mas, sabes, isto na vida não se pode ser bom em tudo...

“Resgate sem austeridade
Por Pedro Nuno Santos

A menos de nove meses do fim do programa de assistência financeira, com taxas de juro implícitas da dívida pública portuguesa a rondar níveis insustentáveis, é cada vez mais óbvio que Portugal não conseguirá regressar aos mercados. O segundo resgate está por pouco tempo, e nem sequer precisávamos de ter sido previamente informados, como fomos, em “on” pelo primeiro-ministro e em “off” por responsáveis da Comissão Europeia.

O primeiro resgate falhou de forma clamorosa nos seus principais objectivos, a dívida pública portuguesa atingiu um nível já consensualmente considerado impagável e as taxas de juro implícitas não descem dos 6%, chegando mesmo a ultrapassar a barreira dos 7% muitas vezes. É incompreensível que perante o fracasso avassalador do primeiro resgate se queira responder com a repetição do erro, mas infelizmente são a irracionalidade e a estupidez que comandam, actualmente, Portugal e a Europa. Como é por demais evidente, o PS será pressionado pela elite política e económica, nacional e europeia, a pôr a sua assinatura num receituário que não funciona. Este será o momento definidor do PS, na sua afirmação como alternativa ao governo PSD/CDS e à sua política austeritária.

O Partido Socialista só precisa de reafirmar nesse momento o que tem dito nos últimos anos sobre austeridade: “Não funciona, destrói a economia e afasta-nos cada vez mais dos objectivos de consolidação orçamental.” Também deve dizer que só aceita um segundo resgate se a filosofia subjacente for absolutamente alterada e levar em consideração muitas das conclusões dos estudos internos do FMI. Isto é, só deve aceitar o segundo resgate se os objectivos principais do mesmo forem o crescimento económico e o desemprego e não o défice orçamental e a dívida pública. Estes últimos devem passar a ser objectivos secundários e subordinados aos dois primeiros. Deve também exigir como condição prévia uma reestruturação significativa da dívida pública, como sempre defendeu o FMI. Menos do que isto não pode ser aceite por um partido socialista.”


Um conselho do ti João: - Também não te deixes enganar para pastas da economia ou finanças. Apesar de dizerem que és economista, não me parece que tenhas grande jeito... E será que já alguém te disse que os banqueiros alemães e franceses há muito que tiraram de cá o pilim? Porque é que tu pensas que a tal Troika emprestou o bago?

        

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Duas faces da mesma divida...

Mais uns números para tentar perceber onde estamos, e como aqui chegámos.

Existe aquele velho ditado que nos diz: “tortura os números que eles te dirão o que queres”. Lamentavelmente assim é. E eu que sou um apaixonado dos ditos acho que eles são tão bons, que se prestam a quase tudo. O que hoje aqui posto para análise, são duas perspectivas de analisar os valores da Dívida Pública, e, são a prova do que acabo afirmar.

Habitualmente a Dívida Pública é-nos apresentada em % do PIB. Ora como todos sabemos, para além da variável PIB ser bastante complexa e subjectiva, ao apresentar a Dívida em percentagem do dito, isso é fruto do quociente entre o valor absoluto do que se pediu emprestado e o valor desse mesmo PIB:

- % da Divida face ao PIB = Valor em Dívida/Valor do PIB anual x 100

Logo, pode muito bem acontecer que, apesar de a dívida poder ter aumentado (numerador), em percentagem parece que diminui, bastando para tal, que o tal de PIB (denominador) aumente também em valor superior. É por isso que me parece que anda a vender-se por aí muito gato por lebre. Como se fosse quase lei, parece que, desde que o PIB aumente, podemos contrair mais dívida, que o resultado não se altera!

Apesar de este princípio ter sido a divisa dos últimos 40 anos, devido à filosofia “esquerdoide” dominante, em minha opinião, tal não deveria ter acontecido, e dever-se-ia, isso sim, em anos de PIB a crescer, ter-se aproveitado para reduzir a tal famigerada “dívida” que agora nos está a fazer a vida negra. Talvez tivéssemos evitado ter chegado onde chegámos e, agora andarmos a pagar, da pouca riqueza que produzimos (o tal PIB), cerca de 8 mil milhões de euros de juros/ano (5% da riqueza produzida num ano), que é um valor superior ao que se gasta com o Serviço Nacional de Saúde durante um ano.

1 - Evolução da Dívida Pública em % do PIB entre 1991 – 2013

Apesar do valor absoluto da Dívida Pública ter sempre aumentado em valores absolutos desde 1991, quando se observa o Gráfico 1, ficamos com a sensação que, anos houve, em que a Dívida Pública baixou ou, pelo menos, esteve contida. Ora tal só se verifica porque, tal com expliquei em cima, o valor do PIB nesses anos aumentou em valor absoluto superior ao que se pediu emprestado. Esta situação verificou-se, por exemplo, em 1992 durante o período Cavaquista, e no período entre 1995 e 2000 nos primeiros 5 anos de governo de António Guterres, e, que é apresentada, ainda hoje, como uma grande bandeira da governação socialista. 



Será no entanto, isso, completamente verdade?

Se eu vos disser que nesses 5 anos da governação de Guterres (1995 – 2000), o valor absoluto da Dívida Pública aumentou cerca de 10 mil milhões de euros, a uma média de 2 mil milhões/ano, passando de 52 mil milhões em 1995, para 62 mil milhões de euros em 2000, parece que custa a acreditar quando se olha apenas para o “boneco” que apresento em cima.

Vejamos então o que de facto se passou quando, em vez de analisarmos em percentagem, olharmos para os valores absolutos do endividamento.

2 - Evolução da Dívida Pública em milhões de euros entre 1991 – 2013

Quando falamos de valores reais, isto é, euros, que é aquilo com que se compram os melões (e tudo resto, como dizia o outro), como podemos ver no Gráfico 2, desde 1991 (e mesmo desde 1974), o valor da Dívida Pública, nunca teve um ano sequer, em que não tenha aumentado. Passando de uns “míseros” 35,5 mil milhões de euros em 1991, para uma verba brutal de 223 mil milhões de euros em 2014 (6 vezes mais). Isto é, em 25 anos, Portugal pediu mais 188 mil milhões de euros do que aquilo que conseguiu abater, numa média de endividamento de 8 mil milhões de euros/ano

Para aqueles que não percebem, ou não querem perceber, como é que havia dinheiro nos últimos anos, e agora não há, têm aqui uma explicação simples. Isto é, andávamos a viver todos, mas mesmo todos (uns mais que que outros, claro), de dinheiro emprestado, e, isso não podia perpetuar-se eternamente. Agora, para além de não nos emprestarem mais, ou nós ou os nossos filhos e netos, teremos de pagar o pato. O resto é retórica...   


Se quisermos olhar mais atentamente para alguns devaneios de certos governos, podemos verificar que só entre 2008 e 2014 a Dívida aumentou cerca de 100 mil milhões euros! Para aqueles que andam a querer propor uma Medalha "Condecorativa" a Sócrates pelos bons serviços prestados aos pobres, têm aqui um bom argumento: Entre 2009 e 2010, a criatura, aumentou a dívida em 32 mil milhões (4 vezes a média dos últimos 25 anos), e de 2010 para 2011 foram 23 mil milhões de euros (3 vezes a média dos últimos 25 anos)! Alguém duvida que o rapaz merece (a medalha!)?


Mas dizem por aí os papagaios, que entre 2011 e 2014 a Dívida continuou a aumentar! Verdade. Uma hemorragia de 40 anos não se estanca repentinamente, e até é bom que não se faça "o sistema" pode não aguentar. Mas quanto aumentou, e como está aumentar?


Em 2011 a Divida eram 196 mil milhões, e estima-se que no final de 2014 seja de 223 mil milhões de euros. Logo o aumento será de 27 mil milhões em 3 anos, inferior ao que a tal criatura, candidata a Medalha, vinha fazendo em cada ano. E segundo consta, existe uma almofada de cerca de 20 mil milhões de euros nos cofres do Estado, que dá para Portugal sobreviver, pelo menos, um ano. E, talvez seja bom relembrar que a dita "criatura socretina e sus muchachos" deixaram nos cofres do Estado cerca de 300 milhões de euros, que dali a 15 dias, quando se fosse pagar salários e pensões não haveria fundos! Que fariam então esses portugueses?

Se tal tivesse acontecido não andaríamos agora preocupados com a colocação de professores, com o colapso do sistema informático da justiça, com as diabruras do Machete, o Coelho não seria suspeito de fuga ao fisco, o Cavaco seria poupado aos "xeliques" em público, o TC não teria tanto trabalho, o BES teria sobrevivido, a PT já teria sido nacionalizada, a Troika nunca teria cá posto os pés, o Portas já seria vice do Seguro, o Louçã já seria secretário-geral do PCP, a Dívida já teria sido perdoada, o Marques Mendes já seria presidente do Benfica, o Sporting nunca teria perdido na Alemanha, o Pinto da Costa já só falaria castelhano e já teria engravidado a Fernanda, etc. Isto é, Portugal seria um paraíso. E quem sabe, até, uma próspera Republica Socialista!  

Claro que têm sempre hipótese de não acreditar em nada disto. São números! E nós somos pessoas. Só que as pessoas têm necessidades, e muitas vezes só podem ser compensadas com números, bago, para comprar os melões! E tudo resto.

Mas há quem tenha outra opinião. Como por exemplo, que toda esta situação se deveu e deve à “conjuntura externa”, e que Portugal foi apenas uma vítima. Isto diz a tal criatura. Sócrates. E agora os seus seguidores e discípulos Costa, Ferro, Vieira, Galamba & companhia. Então como explicam o Gráfico em baixo (e em percentagem, é melhor nem olhar para os valores absolutos)? Será que os países referidos são fantasmas? Ou são mesmo países do nosso mundo, e por acaso, até nossos vizinhos e parceiros na Europa?




Não venham com tretas que faltam aqui alguns países, sobretudo do sul da Europa, porque: a Espanha a Dívida é de 93% do PIB; a França 92%; o Reino Unido 91%. Resta a Grécia para nos confortar com os seus 175%. Mais uns aninhos de governação socialista e veremos se não chegamos lá! Avante Costa...


Malditos números... 

sábado, 25 de outubro de 2014

Oh que dois! Que ganda pica (do 7)...


Poucas confusões, com o uso da 1ª pessoa do singular! O Miguel Araújo, depois explica... 





quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Com a “saúde” não se deveria brincar...


Parece que os Cuidados de Saúde em Marvão estão de novo envoltos em polémica, a julgar por estas declarações ontem à Rádio Portalegre do Presidente da Câmara Vítor Frutuoso:

“O presidente da Câmara de Marvão acusou hoje a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) de tratar de forma “desigual e mesmo discriminatória” os utentes do concelho. Segundo Vítor Frutuoso a ULSNA “reduziu para metade” o período de atendimento dos utentes no Centro de Saúde de Marvão e em algumas Extensões de Saúde “estão a ser desmarcadas dezenas de consultas”.

O autarca referiu que estas alterações foram introduzidas de forma “unilateral” pela ULSNA, como forma de compensar a abertura do centro de saúde de Marvão em um dos dias de fim-de-semana. Responsabilizando a ULSNA pelos transtornos causados aos utentes do concelho, Vítor Frutuoso defende que os marvanenses têm direito a um atendimento semelhante ao dos outros concelhos do Alto Alentejo com a mesma dimensão.

O social-democrata observou que a forma como estão a funcionar os serviços de saúde no concelho “está longe das reivindicações” da autarquia, e acusa a ULSNA de ter agido de forma “intencional” e com base em interesses políticos.”


Que se passa afinal? Vou tentar resumir a situação.

O concelho de Marvão tem sido sempre descriminado negativamente na prestação de cuidados de saúde, quando comparado com os restantes concelhos do Norte Alentejo de igual dimensão. Para além dos seus Quadros de Pessoal terem sido sempre menores, o número de horas de atendimento aos utentes do concelho foi sempre, em média, inferior em cerca de 25 horas/semana, quando comparado com centros de saúde idênticos no distrito de Portalegre. Até há cerca de 1 mês atrás assim era, como se pode observar no Quadro 1:


A realidade do Quadro mostra que não são precisas grandes explicações ou análises, os dados são mais que elucidativos.

Há mais de 30 anos que a população do concelho de Marvão vem sendo descriminada em relação aos restantes concelhos do distrito, e cada vez que alguém por situação aguda, ou agravamento da sua doença crónica, tem necessidade de atendimento aos fins-de-semana ou depois das 5 da tarde aos dias de semana, vai de demandar para Castelo de Vide (onde muitas vezes é negado o atendimento), ou caminhar para Portalegre. Os custos são sempre por conta dos habitantes de Marvão. Até parece que pagam menos IRS que os restantes habitantes do distrito!

Uma injustiça com 30 anos.

Enquanto trabalhei e morei nesse concelho, sempre alertei, e me bati, pela reposição de tratamento igual aos outros concelhos do distrito, nomeadamente, junto dos serviços Regionais de Administração da Saúde, e junto dos representantes do Poder Local, para que defendessem os marvanenses dessa injustiça. Nunca encontrei grande eco, e fizeram quase sempre orelhas moucas, dizendo que “a saúde” não era da responsabilidade da Câmara! Aos quais eu sempre argumentei, que, ao menos, representassem os marvanenses e fizessem valer os seus direitos.

Há cerca de 5 anos, quando foi implementado este sistema de alternância de Centros de Saúde próximos, e já com esta Vereação liderada por Vítor Frutuoso, tive oportunidade de participar numa Reunião entre a Autarquia de Marvão e a Administração da ULSNA (Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano), onde foram analisados estes problemas, e onde foram reconhecidas estas desigualdades, que podemos ver no Quadro 2.


Ficou acordado que, devido à situação particular geográfica do concelho (a sede concelho ser menor que a maioria das freguesias e de difícil acesso), não fazia sentido, abrir um serviço de Horário alargado na Sede de Concelho, nomeadamente, um dia ao fim-de-semana. Mas que faria todo o sentido, que esse Horário funcionasse na Extensão de Saúde de São Salvador da Aramenha, onde se poderia, para além de servir todo o concelho de Marvão, fazer a alternância com o concelho de Castelo de Vide, a exemplo do que se faz nos outros concelhos. 

Funcionando esse serviço de Horário alargado ao Sábado em Castelo de Vide, e ao Domingo em São Salvado (Marvão).

Para que tal se verificasse, ficou a Câmara de Marvão, de realizar obras na Extensão de São Salvador, para que ali se pudessem realizar estas “consultas de Horário alargado” (não confundir com “urgências”, essas não existem em nenhum Centro de Saúde, apenas nos Serviços de Urgência de Portalegre, Elvas e Ponte de Sôr), e tanto quanto sei, essas obras, foram feitas.

Porque não se cumpriu até hoje este acordo e este Plano? Pois, não sei.

O que sei é que, recentemente, alguma alma iluminada, como existem muitas naquele concelho, resolveram andar com mais “um abaixo-assinado”, método onde se escondem aqueles que têm medo de dar a cara (e onde se escondem a maioria das vezes muitos cobardolas), a fim de exigiram à ULSNA a abertura, aos fins-de-semana, de Serviços de Saúde em Marvão. E claro, a ULSNA, fez-lhes a vontade! 

Sabe-se lá com que intenções e interesses, abriu-lhes o Centro de Saúde, não 5 horas ao fim-de-semana como havia ficado acordado há 5 anos, mas abriu-os 10 horas: 5 horas ao Sábado e 5 horas ao Domingo! Só que não foi em São Salvador, como era lógico e funcional e servir os 2 concelhos, mas na Sede Concelho, onde há mais de 30 anos toda a gente sabe que não funcionam nem funcionarão. 

Em contrapartida manteve também as 10 horas de Horário alargado em Castelo Vide. E ainda dizem que há poucos recursos humanos! A desperdiçar assim, não há recursos que cheguem. Digo eu...

Resultado: Como os Recursos Humanos não foram aumentados e os existentes não esticam, e se passaram a estar ocupados 10 horas ao fim-de-semana, passou a faltar esse mesmo tempo durante a semana. Lógico, não? Qualquer “manageiro” saberia isto, não é preciso ser doutorado em Gestão! 

Com uma agravante: é que enquanto aos dias de semana havia ocupação na prestação de cuidados familiares nas Extensões, ao fim-de-semana na Sede de Concelho ninguém lá vai. E com 10 horas bem podiam vir episódios agudos de doença... E assim, a lista de espera das consultas de Saúde Familiar começou a atrasar-se nas Extensões, e os utentes do Centro de Saúde de Marvão a saírem prejudicados. Qualquer profissional de saúde, por muito distraído que ande, saberia prever isso.

Urge portanto fazer várias perguntas, que devem ser respondidas por quem de direito:

- Porque não respeitou a ULSNA o Plano acordado há 5 anos? 5 Horas de abertura ao fim-de-semana na Extensão de Saúde de São Salvador, servindo os 2 concelhos: Marvão e Castelo de Vide. Poupavam-se assim 10 horas de equipas de saúde (Médico, Enfermeiro, Administrativo, e Auxiliar), que deveriam ser ocupadas na prestação de cuidados familiares durante a semana.

- Porque é que se abre um Serviço 10 horas ao fim-de-semana, num local de acesso difícil e ilógico, sabendo que isso, por dificuldade de parcos recursos humanos, vai prejudicar, em muito, a prestação de cuidados de saúde familiar durante a semana?

- Qual é a opinião dos responsáveis pelo Centro de Saúde de Marvão? E porque não se envolvem os profissionais para se encontrar um a solução partilhada? Ou mesmo uma pergunta mais provocatória: Quem é que manda no Centro de Saúde Marvão?

- Com este aumento de carga horária, como podem os parcos recursos médicos de Marvão, continuar a reforçar o Centro de Saúde Castelo de Vide?

- De quem é a responsabilidade de andar com “abaixo-assinados” a reivindicar coisas que deviam ser estudadas por peritos e debatendo-as primeiro? E quando não sabem porque não perguntam? Às vezes, com estas estratégias, o tiro sai pela culatra. Não me admira que venha ser o caso!

- E como irá acabar mais este imbróglio para os já, e sempre prejudicados, utentes de Marvão do SNS?

Bom senso meus senhores. Bom senso e diálogo entre quem decide e quem conhece a realidade do concelho de Marvão.

Os marvanenses têm, pelo menos, direito a um tratamento idêntico aos dos restantes habitantes do distrito de Portalegre.

   
Nota: Se alguém quando acabar de ler este Post pensar que é fácil criticar, sem apresentar alternativa e soluções, tem aqui, o que penso sobre como deveriam ser organizados os serviços de saúde em Marvão.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

O Porquinho comilão e Vaca escanzelada – A saga continua...


Orçamento Geral do Estado 2015

Esta gente da comunicação social baralha-nos com tantos números, que acho que nem eles próprios percebem. Fazem desta coisa do Orçamento do Estado (OGE) como se fosse algo, que para perceber o essencial fosse necessário, pelo menos, um “doutoramento em economês” nos states.

A exemplo do que fiz há 2 anos com a rábula do - Porco comilão e da vaca que está a secar, venho mais uma vez, de uma forma que me parece simples e objectiva, tentar decifrar para aqueles que se interessam por estas coisas dos números (que somos nós, quer se goste ou não), a proposta do OGE para 2015.

Assim, como se pode ver na Figura 1, as Despesas previstas no OGE (a porca laranja) totalizam cerca de 85 630 milhões de euros, um acréscimo de cerca de 860 milhões face ao Orçamento de 2014.


Figura 1 – Despesas do Estado – “Os porquinhos comilões” 




Nota explicativa da Figura 1:


- No “porquinho das Prestações Sociais”, estão as seguintes despesas: Pensões da Segurança Social; Pensões da Caixa Geral de Aposentações; Subsídios de Desemprego e Apoios Sociais; e Formação Profissional.

- O “porquinho Despesas com Pessoal”, contém o total das despesas previstas com todo o pessoal da Administração Pública: Administração Central, Autarquias, e Administrações Regionais.


- NO "porquinho de Consumos Intermédios", estão todos os consumos de materiais tais como medicamentos, equipamentos, electricidade, água, papeis, etc. 

Os “leitões” mais comilões (os mais gordinhos) são os das Prestações Sociais (34 709 milhões), e as Despesas com Pessoal (19 681 milhões); só os 2 juntos comem 64% da ração total. Se lhe juntarmos o “comilão” dos Juros da Dívida Pública (8 886 milhões), a coisa dispara para perto dos 75% do total de despesas previstas. Deixando apenas o restante 1/4 para todas as outras despesas do Estado. Isto é, Prestações Sociais, Pessoal e Juros abrasam 63 276 milhões.

A restante “vara” de leitões tem que se governar apenas com 22 354 milhões de euros, e mesmo assim, dizem os entendidos, que é aqui que estão as tais “gorduras suínas” que deviam ser cortadas, já que as Prestações Sociais e o Pessoal são sacrossantas para a “esquerda” e o seu guardião TC.

E os Juros? Bem, esses, os “vizinhos” dizem que têm que ser pagos. Como diz o Gabriel "o pensador": Ajoelhou? Vai tê que resá (r).


A segunda figura da rábula (que devia ser a primeira, já que deveriam ser sempre as receitas a condicionar as despesas e não contrário) é “Vaca Escanzelada” - A Receita do Estado (o Bordalo chamou-lhe Zé Povinho), que de tanto ser chupada só tem já “pele e osso”, mas lá se tem vindo a aguentar, embora, com frequência, precise de reforço de “ração” dos vizinhos (os empréstimos).

Como se pode ver na Figura 2, para o ano de 2015 o Estado prevê arrecadar de Receitas cerca de 80,6 mil Milhões de euros. Mais 2,2 mil milhões do que o previsto para 2014.



Figura 2 – As Receitas do Estado – “A Vaca escanzelada”



A maioria das Receitas, cerca de 62 mil milhões de euros (77% do total), vêm da cobrança de Impostos (IVA, IRS, IRC, IMI, ISP, Tabaco), e das contribuições para a Segurança Social. Os restantes 19% vêm de Receitas Diversas: Taxas, Fundos Comunitários, Juros de Capital, e Vendas de Bens e Serviços.

Mas para cobrir as Despesas previstas ainda faltam cerca de 5 mil Milhões (o tal deficit). Teremos assim, que recorrer aos “vizinhos” para nos emprestarem alguma da “ração”, que a “vara” de leitões tem que ser alimentada.

Perceberam bem? Com todo o aumento de impostos e cortes diversos que têm vindo a ser feitos, Portugal, (se tudo correr como o previsto), ainda vai ter Despesas superiores às Receitas de 5 mil Milhões de euros!

No entanto se olharmos para a Figura 3, é bem evidente a evolução da diminuição do deficit, ou seja a “ração” que pedimos emprestada. Enquanto em 20115 espera-se que esse deficit seja de 5 mil Milhões; em 2010 o “balde” da era Sócrates valia 20 mil Milhões de euros.




Só um cego não vê. Ou existem aqueles que não querem ver!


sábado, 18 de outubro de 2014

N´América, África, ou Ásia....


Viver a vida sempre preocupado, passar o tempo sem ir a nenhum lado, deixa-me seco eu vivo esgotado, tendo prazeres em dias alternados. E ando sempre vivendo estados e, por vezes, bem desamparados. Rebusco os cantos, nem sempre recheados, eu faço as coisas tão desnorteado.

Mas em dias, por vezes espaçados, vêm-me à cabeça pontos desfocados desse mundo sempre agitado (possível sonho todo bem rodado). E na TV, produtos embalados entram em nós, bem camuflados. Como é que eu fico? Eu fico engasgado com o novo mundo mesmo ali ao lado, e está mesmo ali ao lado.

E eu vou ter que sair, e eu vou ter que partir. Finalmente vais ver: - O que é que iria ser, o que é que eu iria ter N'América...


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Ai se fosse Coelho a dizer uma coisa destas?


O homem está desde já beatificado. Se fosse alguém de direita a dizer uma “bacorada” destas, serviria pelo menos, para a domesticada comunicação social canhota tipo “sim-sim”, abrir durante uma semana telejornais e noticiários, e até ouvirem a opinião dos gajos e gajas da Casa dos Segredos.  

Parece que o Costa pode dizer tudo o que lhe apetecer com aquele sorrisinho de “xico esperto” meio redondo, meio quadrado. Se ainda só manda em Lisboa, como será se vier a mandar no país?

O Costa decreta, está decretado. 

Lisboa tem mesmo de se aguentar com o São Pedro. Por enquanto, porque será bem pior quando for o Santo António (costa)...

Como foi possível chegar a isto?


“...é um dos municípios mais desequilibrados do ponto de vista financeiro, com cerca de 20 milhões de euros em dívida, Vila Nova de Poiares é um local sui generis. Tem piscina municipal, centro cultural, parque de desportos radicais, uma imponente "Alameda" onde se realizam eventos ao ar livre, uma enorme cruz no centro da localidade, um jardim com estátuas que evocam profissões tradicionais da região e um sem número de outras coisas vistosas. Mas não tem saneamento básico. Em média, cada um dos 7200 habitantes deve 2 776 euros mas a Câmara só recolhe receitas de 890 euros por munícipe ( destes, 712 euros vêm do Orçamento Geral do Estado(OGE), o que quer dizer que só 178 euros/habitante são de receitas locais). Apesar de quase todos os impostos locais e taxas estarem no máximo.”

Em entrevista ao jornal i, Jaime Marta Soares, (actual presidente da Assembleia-Geral do Sporting), e que governou Vila Nova de Poiares quase 4 décadas, não reconheceu qualquer responsabilidade nesta situação, e afirmou: "Soubemos fazer uma gestão com engenharia financeira para responder aos nossos compromissos". Nesse mesmo artigo, gabava-se: "Mesmo que duplique a população, todas as infraestruturas em Poiares estão preparadas para 40 ou 50 anos"

Ah valente Jaimão, se tivesses que fazer filhos e governá-los para duplicares a população de Poiares, ou tivesses que pagar os 20 milhões em que encalacraste a coisa, talvez não falasses assim!



À grande e à francesa, pois então: Jardim da Raça Poiarense 1,8 milhões de euros. Alguém há-de pagar...


A Revista Visão publica aqui, na sua última edição um artigo sobre - Câmaras com a corda da garganta, que são pelo menos 43 num universo de 308 municípios. Destas, em 20 a sua dívida é superior a 3 vezes às suas receitas anuais; e nas restantes 23 a dívida situa-se entre 2,25 e as 3 vezes as suas receitas anuais (entre as quais encontra-se a de Portalegre que, segundo se consta, terá uma dívida que ronda os 50 milhões de euros, quando o seu orçamento anual não chega já aos 20 milhões).

É de realçar ainda, que as Receitas dos municípios são, cerca de 50% provenientes do OGE, mas na sua grande maioria, essas Receitas, chegam a rondar os 80%. No caso de Portalegre a percentagem é de cerca de 55%; mas em Fornos de Algodres e Vila Nova de Poiares esse valor é de 80%. 



Fonte: Revista Visão

A zona de Portugal que apresenta a maior quantidade de Câmaras endividadas, situa-se na zona das Beiras: a Alta e a Baixa (Fundão, Seia, Covilhã, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Castanheira de Pêra, Vila Nova de Poiares, Santa Combadão, etc.), por sinal aquela que deu a Portugal 2 Primeiros-ministros despesistas (Guterres e Sócrates), que governaram 12 dos últimos 40 anos Portugal. Mero acaso, ou escola?

Como eles andan´aí, será que nos preparamos para regressar à “bela vida”?



terça-feira, 14 de outubro de 2014

Os "boys" pelos nomes...


Os chamados boys, são um conjunto de indivíduos, que sem pertencerem à Administração Pública, são uma espécie de parasitas, que como vampiros, mamam nas tetas do chamado “Partido do Estado”, quer a nível central, quer a nível local e regional: são assessores, secretários, porta-voz, e outra colecção de cromos que gravitam em torno dos gabinetes ministeriais. Alternam, às vezes da área do PS, outras vezes do PSD, e, uma ou outra vez do CDS.  

Quem mais enche a boca com os argumentos dos boys são alguns dos partidos de esquerda, sobretudo aqueles, que estão fora da área da governação, nomeadamente, o Partido Comunista e Bloco de Esquerda. Mas será que a “ração” do Estado será menor para esses clientes da “demo cracia” portuguesa? Não me parece, talvez até pelo contrário. Poderão “mamar” em menor quantidade, mas possivelmente serão em muito maior quantidade!

E digo isto, pelo que observo e do conhecimento que tenho da realidade, mas também com base num artigo do Jornal SOL que titulava – PSP (Polícia de Segurança Pública) tem cerca de 2 000 sindicalistas. Complementava ainda noticiando, que cerca de 10% dos Agentes desta força policial, ou são dirigentes ou delegados sindicais, dos 13 sindicatos (!) da Polícia portuguesa, e, que estes “defensores” dos polícias, custam aos contribuintes (não aos seus camaradas correligionários), cerca 1, 3 milhões de euros/ano.




Dizia ainda o Sol, que estes 2 000 sindicalistas têm direito a faltar todos os meses, um determinado nº de horas (4 dias se for um dos 600 dirigentes; e 12 horas cada um dos 1 500 delegados), e que tudo somado deu um total de 23 000 dias de trabalho em 2013. Se tivermos em conta que cada dia de trabalho de um polícia, custa em média 55 euros (1 700 euros/30 dias), logo aqui temos um custo de 1,3 milhões de euros. E esta verba, se fosse poupada, dava para pagar, num só ano, a mais cerca de 60 polícias! 





E quem pagou tudo isto? Não, não foram as contribuições sindicais dos polícias, se assim fosse nada teríamos a ver com isso, mas foram os contribuintes. E para que servem então as contribuições sindicais de cada polícia? Possivelmente para Ajudas de Custo! Que isto de ser sindicalista é um bocado custoso. 

Diga-se, para não me alargar mais, que me parece um exagero, 10% dos polícias serem sindicalistas! É demais, digo eu.

Mas se o forrobodó é assim numa força policial, que ainda há meia dúzia de anos chegou ao sindicalismo, como é que são as coisas nas outras áreas, como por exemplo: no Ensino (onde se diz que há sindicalistas que há 30 anos não dão uma aula), na Administração Central, na Administração Local, nos Enfermeiros, nos Médicos, nos Quadros Técnicos Superiores, nas Finanças e Impostos, nos Magistrados, nos Juízes, na CGTP, na UGT, etc., etc.? Quantos milhares, são afinal, os Sindicalistas em Portugal e quanto custam aos contribuintes portugueses? E porque estão eles sobretudo na área da Administração Pública?

Onde andam os sindicalistas dos sectores privados das confecções e vestuário, do calçado, da indústria automóvel, da energia e material eléctrico, do tradicional sector metalúrgico (que eu fiz farte em tempos), dos pescadores, dos trabalhadores da agro-alimentares e pecuária, do comércio, dos escritórios, etc.? Será que não temos trabalhadores nestes sectores, ou estarão a viver à grande e à francesa que não precisam de sindicalistas que os defendam? Alguém conhece alguma intervenção séria do sindicalismo da construção civil quando nos anos de 2010/2011 se deu a falência do sector?

Tendo em conta que o PCP reclama que a maioria dos sindicatos são da área comunista, quantos são os boys que andam nestas actividades. Às tantas querem lá ver que isto de boys não é apenas mama do PSD, PS ou CDS? Ou têm outros nomes? E para onde vão as contribuições dos trabalhadores sindicalizados?

Sou contra os sindicatos? Não. Sou é contra que vivam à custa dos contribuintes. Tal como sou contra o outro tipo de boys da governação. Sindicalismo livre sim, mas fora das horas de trabalho, voluntário, e financiados pelos próprios trabalhadores de cada sector.

A mamar no Estado e pagos pelos contribuintes, são tão boys como os outros!


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Quem não se sente...


Eu que não sou grande admirador, a não ser das suas capacidades futebolísticas, Ronaldo sobe aqui no meu conceito, e dá um exemplo que devia ser seguido, e, assim teríamos, certamente, uma melhor informação: 5*.


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Mais uma época....




A equipa de Velhas Guardas do Grupo Desportivo Arenense, vai iniciar amanhã a sua 7ª época “futeboleira” consecutiva, que teve o seu início em Abril de 2009. Disputaram-se até ao momento 47 jogos, uma média de cerca de 8 jogos/época. 

Desses 47 jogos, embora o principal objectivo deste projecto seja a promoção do convívio entre antigos praticantes e a manutenção da imagem do clube na modalidade, em termos de resultados desportivos registaram-se, até à data, 25 Vitórias, 11 Empates e 11 Derrotas. Para a época 2014/2015 estão agendados mais 11 jogos, a saber:

- 11/10/ 2014 – Café Castro
- 25/10/2014 – Desportivo – GDA
- 29/11/2014 – Eléctrico de P. Sôr – GDA
- 20/12/2014 – GDA – S. Mamede
- 3/1/2015 – GDA – Pousos de Leiria
- 14/2/2015 – GDA – Eléctrico de P. Sôr
- 21/3/2015 – S. Mamede – GDA
- 28/3/2015 – GDA – Sousel
- 18/4/2015 – GDA – Desportivo
- 9/5/2015 – Pousos – GDA
- 30/5/2015 – GDA – Café Castro



Grande dupla: Henrique Martins e José Vaz a imagem do prazer de se calçar umas botas de futebol


Fazendo um pouco de história sobre este projecto para memória futura (já que no que diz respeito à minha participação, tenho para mim que, esta será a última época, pois é tempo de dar a vez a outros, e, num tempo em que as coisas estão organizadas e estáveis, e sete anos numa direcção é muito tempo), não posso deixar de referir aqui 5 ou 6 situações:

 - Todos os participantes, sem eles jamais estas actividades seriam possíveis;

- O Fernando Bonito (o grande treinador), que em conjunto comigo, tem desenvolvido aquilo que me parece uma "organização" organizada;

- As Direcções do GDA, que nos têm dado todo apoio a nível logístico;

- A Câmara Municipal de Marvão que nos apoiou em transportes em 3 ou 4 deslocações;

- Nos últimos 3 anos, o Restaurante JJ Videira que nos tem acolhido, e bem, nos nossos jantares de convívio;

- Os Seguros Zurich, na pessoa do Artur Costa que nos presenteou com um novo equipamento.

Convém ainda dizer que este projecto funciona praticamente autónomo da Direcção do clube, e que ao longo destas 7 épocas o apoio financeiro que nos deu foi residual, num total que rondará cerca de 500 euros. As despesas destas actividades rondam em média 2 000 euros/época.


Por fim deixo o mapa de participações nestas actividades ao longo destes 6 anos, em que participaram 56 antigos atletas do GDA.



Nota: É de referir no que toca às presenças, para além de mim, também o Rui Canuto esteve sempre presente em todos os jogos (21) desde que chegou ao grupo em Outubro de 2012, o que não é fácil, mas é assim a dedicação às causas. Mas cada um dá o que pode, é a divisa...

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A vez ao “santo” Santos....

Gosto de Fernando Santos, mas não acredito em milagres. Foi um dos meus “mestres” na arte de tentar ser treinador de futebol distrital, tendo por isso, na perspectiva de melhorar e actualizar os meus conhecimentos, e não tendo muitas possibilidades de me deslocar aos grandes centros, acompanhado, “in vivo”, quase na íntegra, os Estágios que realizou com o Estrela da Amadora em Castelo de Vide.

Não me parecendo, na altura, a “fina flor” da arte, sobretudo no que tocava às metodologias do treino - Parecia ser um modelo mais à antiga, quase tipo “escola militar”. O que mais detenho dessa observação era o seu pragmatismo de simplicidade de métodos, e o seu cunho “disciplinador” de homem de barba rija, e que não brincava em serviço.

Relembro um episódio com o então rebelde guarda-redes Paulo Santos (o tal que na Escócia, num jogo da selecção de “sub 17 ou 19, numa final de campeonato da Europa, despiu os calções e mostrou o cu aos escoceses que o apupavam), e que viria a brilhar mais tarde, sobretudo no Braga. Quando da sua apresentação num desses estágios no Estrela da Amadora, vindo dispensado do Benfica, e possivelmente contrariado, chegou com mania de vedeta e engraçadinho. Iniciado o treino técnico-táctico (como agora se diz), na altura treino de conjunto, logo que lhe passaram a primeira bola, imediatamente o dito, a pontapeou para a estrada nacional, o que levou Fernando Santos a corrigi-lo, dizendo: - Paulo não quero isso, quero a bola a sair a jogar cá de trás. Mas o Paulo assobiou para o lado. Pouco depois passaram-lhe outra bola e, o Paulo, dessa vez fez diferente, mas utilizando a mesma técnica espetou com ela no cemitério que ficava no lado oposto à estrada. Essa atitude fez o bom do Santos (Fernando) ficar possesso como um “diabo”, e dirigindo-se ao seu homónimo Paulo, pegou-o pelo sítio onde se usam os colarinhos, dizendo-lhe: - Amigo, aqui, fazes o que eu digo, e se voltas a fazer outra dessas, levas 2 murros nos c*****, e vais recambiado para onde vieste. Foi assim, mais ou menos, eu estava a 50 metros! Foi a partir daí que, o Paulo, se tornou um razoável ou mesmo bom guarda-redes em Portugal, e, admitindo até que nunca tenha chegado a “santo”, espero que pelo menos, tenha passado a ser um homenzinho e deixar-se de andar a mostrar o cu. É que às vezes...

Depois Fernando Santos seguiu a sua carreira. Sporting, Benfica, Porto e Grécia. Em minha opinião, os resultados obtidos, nem sequer foram muito famosos. Campeão duas vezes no Porto? Mas isso até eu, que não passei de um mero admirador do Fernando! Ah, na Grécia levou a selecção aos oitavos de final do mundial? Sim, mas ainda há 10 anos, um qualquer alemão os tinha levado a campeões da Europa. E por azar com uma vitória sobre Portugal.

Agora Fernando Santos chega como um mago a Seleccionar Nacional. Total unanimidade dos analistas e comentadores da praça, nem uma voz discordante, uma crítica (até o Manuel José e o Rui Santos concordam). Pudera, ainda não disputou nenhum jogo! Ou também conhecerão o episódio com o guarda-redes mostra cus?

É que o homem pode ser “Santo ou Santos” de nome, mas duvido que faça milagres! A mim estas unanimidades antes das provas, dos jogos, ou dos campeonatos, fazem-me comichão. E agora, os cus a domesticar são, pelo menos, mais "sensíveis" e "poderosos": Ronaldo, Nani, Dani, Quaresma, R. Carvalho, Pepe, Moutinho; Jorge Mendes...

Esperem a próxima bola, que é como quem diz o próximo jogo...

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Patetice portuguesa vista do estrangeiro...


Um país cheio de "doutores e engenheiros"
por BELEN RODRIGO/Publicado em Madrid, no Jornal ABC no Dia 18/09/2014

"Os “títulos” são muito importantes em Portugal, e são usados muitas vezes para se referirem a pessoas que os possuem: “Senhor Doutor” ou “Senhor Engenheiro” é como os portugueses tratam os licenciados em Portugal. Actualmente os “títulos académicos” ainda são muito importantes para os portugueses.

O grau académico de Doutor é o mais elevado dos sistemas de Ensino Superior, e que é normalmente obtido após se concluir um Doutoramento. No entanto em Portugal, o termo, é genericamente usado para o tratar meros “licenciados” em diversas áreas.

Quando digitam a abreviatura “Dr. ou Dra.” referem-se licenciados. Já o “Professor Doutor” é aquele que tem um Doutoramento, e é um professor na Universidade. Se é ainda um investigador (doutorando) não é usada a sigla de “Prof. Doutor”, é apenas o Doutor (diferente médico). Mas “Doutores” são também tratados qualquer Licenciado em Ciências ou Engenharia. E muitos ficam ofendidos se assim não forem tratados!

Para os estrangeiros, é difícil acostumarem-se com este excesso de formalismo, sobretudo os espanhóis, tão acostumados com a familiaridade de nome próprio. Pouco a pouco, especialmente nas gerações mais jovens, estão tentando dar menos importância ao como se referir a estas pessoas, mas isso é algo muito enraizado nos costumes do país.

Até em Cartões de Crédito (e cheques), por exemplo, indica-se o seu titular como Dr. ou ENG. (abreviatura de engenheiro em Português), seguido do nome da pessoa, mas com seu respectivo título sempre a acompanhar. E especialmente, quando você telefona para falar com um trabalhador específico, a Secretaria, fica sempre muito irritada se você disser que quer falar com Sr. Peres! Imediatamente é corrigido, dizendo que ali só trabalha é o Sr. Dr. Peres!

Quer gostemos ou não, títulos académicos têm muita importância em Portugal. Pretendem diferenciar ainda mais as classes mais altas das mais baixas, num país onde a classe média é bastante pequena. Aumenta-se os argumentos de autoridade entre aqueles que têm e/ou não têm nenhum título. Apesar dessa obsessão por doutores e engenheiros, surpreende algumas novidades, como a Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Bragança, que tomou a decisão, há algumas semanas, de terminar com esses “tratamentos” para todos os Deputados Municipais, que são agora tratados de forma igual: pelo seu nome ou apelido.

Pode ser que, lentamente, as coisas vão mudando, embora muitos sociólogos portugueses reconheçam que mostrar o estatuto (título) é uma necessidade, e isso é algo que constantemente é feito em Portugal. Então entramos noutro mundo “o de aparências”: a relação de ser e ter. O mesmo se passa com os automóveis. A importância que os portugueses têm num belo carro, embora implique, na maioria das vezes, ter a dispensa vazia.

A chamada «titulocracia», de alguma forma, parece uma praga difícil de tratar, ao invés de uma doença. Ou é, simplesmente, algo peculiar para Portugal."


Quem não se fiar muito na minha tradução tem aqui o texto original: Un país lleno de doctores e ingenieros