segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Questões de fé ou o marasmo do 3º mandato...

Assisti na última Quinta-Feira, em Reunião de Câmara, à discussão e aprovação das Grandes Opções e do Plano (GOP) 2015-2018, e ao Orçamento para 2015 do município de Marvão.

No que toca às GOP, parece que a coisa se resume a “não haver plano”, quanto mais opções! A provar o que acabo de dizer está, que o presidente Vítor Frutuoso não perdeu mais de 2 minutos a apresentá-las, e só depois de ter sido instigado a fazê-lo pelo vereador da oposição Nuno Pires, senão nem isso faria, tal a importância que parece dar aos Documentos mais relevantes da vida de um município ou, o à vontade com que pensa estar a governar. Os únicos projectos no horizonte de que ouvi falar, que até nem são novos, foram as aquisições do Bairro da Fronteira de Galegos (358 000 euros) e dos Terrenos da antiga Celtex em SA das Areias (150 000 euros); e o melhoramento da Rede Águas também em SA das Areias (239 000 euros). O resto é o seguimento dos diversos eventos que vêm do passado.    

Quanto ao Orçamento, como é lógico, não havendo projectos, nada de novo em relação aos anteriores. É desfrutar de rendimentos. Nada que qualquer dona de casa não soubesse administrar com a maior das facilidades.

No que às Receitas diz respeito, estas estão previstas no valor de 5 448 milhões de euros.
-  3 271 milhões de euros (60%) serão assegurados pelos nossos impostos através OGE;
- 667 mil euros virão de Fundos Comunitários (13%);
- 400 mil virão do IMI e afins (7%);
- 500 mil da venda de bens e serviços (9%).
- Ficam a faltar 600 mil euros de outras receitas (11%).
Qual é a Organização que tendo uma fonte de Receitas assim assegurada, tem dificuldades de gestão? Só se forem muito burros (ou andem a brincar com o nosso dinheiro), e isso é o que não tem faltado noutros lados. Pelo menos, nesta situação, faça-se justiça a Vítor Frutuoso que tem tido “alguma” sensatez, e dirige um município exemplar a nível financeiro.

Quanto às Despesas aqui deixo a previsão para as mais significativas:
- Despesas com pessoal: 1 800 milhões de euros (33%)
- Aquisição de bens e serviços: 1 754 milhões de euros (30%)
- Investimentos: 1 253 milhões de euros (23%)
Para cumprir o Orçamento sobram cerca de 600 mil euros para outras despesas. Como se vê nada difícil.

Espero não ter sido demasiado reducionista na minha análise, mas isto foi ao que eu assisti. Por isso sou defensor que os executivos municipais não deveriam durar mais de 2 mandatos. Se assim fosse, certamente, que o balanço de Vítor Frutuoso à frente da Câmara Municipal de Marvão, teria de ser reconhecido como o de um bom autarca.

Perpetuar-se mais 4 anos no poder (a gastar 5 milhões ao ano), quando já esgotou o seu programa para o concelho, em mera gestão corrente, suportado por um grupo amorfo que só lhe complicam a vida e de onde não sai uma ideia ou proposta (vereadores e membros da assembleia municipal), apenas para manter privilégios, não irá abonar nada a favor dos marvanenses e do concelho de Marvão.

Tal acabou por ser reconhecido, implicitamente, pelo próprio Vítor Frutuoso quando teve conhecimento da Declaração de Voto apresentada pelo Vereador Nuno Pires onde enunciou meia-dúzia de propostas, e sobre o qual teceu o seguinte desabafo:

- Este Declaração vai ser para mim como uma bíblia!    

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