sábado, 30 de maio de 2015

Memórias com 50 anos...




(Texto actualizado)

Ao primeiro olhar, um observador mais ou menos atento na imagem, dirá que é um retrato de um dia de festa familiar. Não será necessária muita perspicácia, bastará ver o ajuntamento de duas dezenas de pessoas, as vestes que envergam as criaturas, e, um tocador com a sua concertina na parte superior do retrato. Ninguém, no campo, que é o contexto da cena, se engalanava assim há cinquenta anos, requisitava um músico, se não fosse para uma solenidade importante. Atente-se, por exemplo, no homem jovem na primeira fila que até usava uma gravata de galã da época, residia certamente em meio urbano e teria vindo aqui por uma esperança muito especial, sabemos que se chamava joaquim estanqueiro, e já não pertence ao mundo dos vivos ao tempo em que escrevo este artigo. Pela mesma óptica podemos concluir que, os restantes são na sua maioria gente rústica, que ainda vive por ali, apesar das vestes festivas que ostentam. Provavelmente as melhores que tinham nas suas arcas e cabides, e que as vestiram, propositadamente, para uma qualquer celebração.

O céu aparece cinzento, mas que de facto estava azul nesse dia, e ocupa toda parte superior direita da imagem que, em realidade, é a superior esquerda. O local de implantação da casa parece ser o cimo de uma pequena colina que só tem esse mesmo céu por limite. Ninguém dirá que, aqui está uma família em que a maioria dos membros, são descendentes de moleiros de moinhos de água com rodízio, habituados a viver em vales junto às ribeiras e que, ainda há uma década atrás, faziam da transformação do grão em farinha o seu meio de subsistência. O anfiteatro da pose é uma escada com doze degraus que servia de acesso ao piso cimeiro da habitação onde viviam pessoas, o piso térreo tinha os alojamentos dos animais. O corrimão direito dessa escada, à esquerda da imagem, está uma planta que, por mais que fosse cortado, sempre ali crescia novamente com as suas lindas flores roxas , chamávamos-lhe  "goivo" , ao seu lado está uma moça casadoira, de seu nome rosa, como se de propósito. 

Surpreendentemente, a imagem, é dominada pela figura de um homem que ocupa quase, a corpo inteiro, todo o flanco esquerdo da representação. Veste uma camisa que será provavelmente branca, calças escuras com o botão de cima desabotoado para não lhe apertar a barriga que nunca teve. Curiosamente não está a fumar. Ele, que raramente se deixou retratar ao longo da sua vida. Tinha com as fotografias a mesma relação que mantinha com as pessoas: distância e poucas intimidades. Possivelmente aqui, aos 45 anos de idade, foi a terceira vez que se deixou apanhar pela objectiva de uma qualquer kodak. A primeira teria uns dezanove anos, num dia de pescaria na herdade dos pombais ainda em casa de seus pais, na companhia de alguns homens influentes do concelho onde residia; ainda tentou esconder-se, mas foi apanhado pela objectiva. Na segunda vez teria 40 anos e aconteceu na povoação de Torres Novas, onde fazia uma “fega” de colheita de azeitonas, em pose com a sua mulher, filha e filho, para enviar para o seu filho mais velho matar saudades em vez de pretos, nas terras de Angola onde andava a defender a pátria; e agora esta, mostrando uma postura como se fosse profissional da imagem. Sim senhor. Não daria muitas mais hipóteses, no futuro, aos retratistas.

Este homem chamava-se manuel. Foi contrabandista desde os 8 anos de idade, mas também foi moleiro, pescador e trabalhador rural sazonal. Esteve preso em Espanha no pós-guerra civil, mas também em Portugal por ter sido apanhado pela venatória a apanhar peixes no rio para matar a fome. Por esta época era um pequeno agricultor de batatas, feijão, couves; e alguma parca pecuária composta por meia dúzia de galinhas e coelhos que, por essa hora, já alguns estarão em panelas ao lume para servirem de banquete de final de festa. Ainda não arranjou dinheiro para comprar uma vaca leiteira para seu sustento e dos seus, mas isso irá acontecer em breve. Com os rendimentos do leite e das crias, há-de pagar a telescola de seu filho mais novo, e arranjar dois contos de reis para comprar a mobília de sua filha que irá casar daqui a dois anos, e que aqui a vemos, com dezoito anos feitos recentemente: é a primeira moça da direita da imagem, para quem começar a contar de cima.  

Manuel tem à sua esquerda a sua mulher de sempre, luisa era o seu nome. Poderá parecer que tem a sua mão direita pousada no ombro de seu marido, pura ilusão. Ela nunca o faria em público, e ele jamais admitiria tal intimidade, nem que se tratasse de um dia muito especial como era o caso, o serem padrinhos de baptizo do seu primeiro neto. Mesmo atrás de si, ligeiramente à esquerda, está a sua irmã maria, a quem todos tratavam por ti júlia, parece triste e é verdade, o seu filho mais velho anda na guerra, e na guerra mata-se e morre-se. Ela sabe isso.

Ao lado de luísa, está a sua comadre jacinta, que tem logo atrás de si as duas filhas recém-casadas. Recém-casadas é uma forma de dizer porque dormem com homem a que chamam de marido, mas de facto, apenas se ajuntaram a eles, que era o termo que então se usava. A da direita da imagem chama-se maria josé, tem ao colo o seu filho teodoro; ao seu lado direito está a sua irmã mais velha maria, também ela já foi mãe há cerca de cinco meses do rebento dela e do retratista de serviço nesse dia. 

Outra curiosidade da imagem diz respeito à paridade de género que parece ter tido aqui mão divina: a cada homem a sua mulher, como manda a lei do deus aqui dominante. Já que, se bem contarmos, podemos divisar perfeitamente oito varões e oito fêmeas entre mulheres e moças. Existem no entanto quatro crianças de colo na imagem, às quais, pela simples observação, não poderemos atestar se serão meninos ou meninas. No entanto, sabe o autor que, a esse respeito, o tal deus que dizem que tudo o que fez, e faz, ser bem feito, não manteve aqui a regra da equidade que tanto se diz apregoar, e quis privilegiar, como quase sempre, o género masculino, que ficou a ganhar por três contra uma. 

Fica ainda por perceber porque sendo também deus, tradicionalmente, mais reclamado pelos da direita, aqui serão as crianças do centro, o luís, e a da esquerda, a esperança, que estão ao colo de suas mães maria e gertrudes respectivamente, a engrossar a partir desse dia o rebanho dos tementes a deus, quando na igreja da paróquia próxima, receberem o sabor amargo do sal da vida e a santa água benta que lhes escorrerá pelas frontes e as limpará do pecado original. Se se manterão fieis crentes até ao fim das suas vidas, ninguém poderá adivinhar, só deus saberá e, esse, não consta que o tenha dito a ninguém. Já as crianças da ala direita da imagem apenas estão aqui porque tiveram que acompanhar os seus progenitores.

A parte superior do retrato, digamos que a retaguarda do cortejo e como se fosse a sua protecção,  é composta por cinco criaturas do género masculino: quatro adultos e um rapaz. O primeiro da esquerda da imagem era conhecido por chico padeiro, era marido da ti julia; ao centro o já mencionado tocador com a sua concertina, tendo como guarda-costas seu pai joaquim do covão, “ toca também o mê francisco, nã toca? Não sabemos ti jaquim, a gente nunca o ouviu, costumava responder a sua cunhada luísa!” Mas nesse dia tocou e dou para sentir que seu pai tinha razão. E para acabar de compor o ramalhete, duas criaturas que, até agora, nos não mereceram qualquer referência: o homem mais em cima à direita, e a figura enigmática do rapaz que está por de trás de si que mais parece um mastro de bandeira. O homem será certamente o bom romeiro, como na história do frei luís de sousa. Só que aqui, não será o romeiro a responder quando a pergunta lhe for feita “ quem és tu?” O que ouviremos aqui é a voz do rapaz dizendo: “eu ainda não sou ninguém...., mas daqui a cinquenta anos escreverei uma chalaça a descrever esta cena.              


Nota: Obrigado muito especial à Jacinta Bugalhão por ter desenterrado esta preciosidade, onde ela ainda não consta.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Dois em um: Fim de época...


Parte 1

Com um pouco de atraso aqui venho trazer notícias sobre o tal “um dia teria de acontecer...”. Penso que todos aqueles que acompanham estas minhas reflexões e desabafos que, tal título, se prendia com uma das minhas paixões de vida: O Futebol na sua essência.

Neste caso, em causa esteve, uma das poucas saídas do distrito de Portalegre do Projecto de Velhas Guardas do GDA, na sua deslocação a Leiria. Um compromisso assumido, do conhecimento de todos, há mais de 9 meses e que, chegado o dia, apenas estavam disponíveis 11 elementos, num total de 35 pessoas que compõem o grupo. Difícil para quem dá a cara por estas coisas (sobretudo o Mário Bugalhão nosso embaixador por essas bandas, e que muito tem feito para que este nosso projecto se mantenha de pé), que parecendo meros passatempos requerem, na minha modesta opinião, algum compromisso, implicação e seriedade. Por mim, e na minha maneira de ser, apenas assim consigo estar na vida.

Cada um terá a sua razão e justificação pessoal para se chegar a esta situação. Cada qual será dono e senhor da sua razão, respeito. Mas tenho alguma dificuldade em aceitar e até perceber que, coisas programadas com quase um ano de antecedência tenham estes desfechos. Pois não foi nem a primeira..., nem a décima vez que tal aconteceu em 6 anos de actividade. Certamente, uma prioridade individual para maioria daqueles que gostam de estar e participar nestas actividades. Mas é preciso alguma responsabilização e perceber que, alguém tem de planear, programar, dar a cara. E chegando a esta situação, diga-se, em abono da verdade: é lixado para quem está nos cornos do "touro"!

Felizmente que, no último sábado houve 4 camaradas, sem terem nada a ver com o grupo, responderam ao meu apelo e desabafo aqui postado (em menos de 24 horas), o que permitiu que pudéssemos cumprir esse nosso compromisso. Não posso por isso deixar de agradecer ao Paulo (Magafo), ao Morais, ao Nelson Nunes e ao Daniel Conchinha, pela vossa disponibilidade para que o GDA pudesse apresentar-se de forma digna na cidade do Lis. Em simultâneo agradecer aos restantes, que fazendo parte do grupo, lá estiveram a dar o seu contributo.

Na prática acabou por ser um dia (e noite) “extraordinário”. Desde a viagem, ao convívio, à forma como fomos recebidos, ao banquete com que nos presentearam os amigos do GRAP. E já agora e de realçar, a forma séria como nos apresentámos em campo para o jogo: humildes porque sabíamos as nossas limitações e fragilidades, companheirismo do 1º ao último minuto, respeito pelos adversários sem uma única quezília, discussão e luta por um resultado desportivo positivo até ao último minuto. Acabámos perdendo 2 -1, mas o GDA e o concelho de Marvão foram dignificados, e deixámos em Pousos admiração, e, convite para voltarmos no futuro. Da minha parte, e em nome do grupo, obrigado a todos.

Fica para memória futura o registo fotográfico dessa jornada:



Equipa do GDA. Em pé da esquerda para a direita: Mário Bugalhão, João Bugalhão, Nuno Macedo, Luís Barradas, António Bonacho, Nelson Nunes, Paulo Nunes, Ginja, Zé Vaz e Pedro Vaz.
Em baixo pela mesma ordem: Rui Canuto, Daniel Conchinha, Pedro Jesus, Barradinhas, Henrrique,  Artur, Morais e L. Reis.


A equipa do GRAP/Leiria



O esquema táctico:



Parte 2

Entretanto, e porque este jogo em Leiria já havia sido programado para o 9 de Maio, teremos já no próximo sábado dia 30 de Maio, um novo compromisso em SA das Areias, agora com os Amigos do Café Castro. O jogo está marcado para as 17.30 no Campo dos Outeiros.

Quero assim apelar a todos os que compõem este projecto, para que estejam presentes. E terminarmos em beleza mais uma época “futeboleira” e de convívio. Eu espero estar lá, se não existir qualquer acontecimento imprevisto de última hora.

Equipas do GDA e dos Amigos do Café Castro, num dos últimos convívios:



domingo, 24 de maio de 2015

Estórias para 1 domingo qualquer: -Vão sem mim, que eu vou lá ter...


Ai este "fado" tão português...

Agora sim, damos a volta a isto! Agora sim, há pernas para andar! Agora sim, eu sinto o optimismo: Vamos em frente, ninguém nos vai parar...

- Agora não, que é hora do almoço, agora não, que é hora do jantar, agora não, que eu acho que não posso: Amanhã vou trabalhar...

Agora sim, temos a força toda! Agora sim, há fé neste querer! Agora sim, só vejo gente boa: Vamos em frente e havemos de vencer!

-Agora não, que me dói a barriga, agora não, dizem que vai chover, agora não, que joga o Benfica..., e eu tenho mais que fazer!

Agora sim, cantamos com vontade! Agora sim, eu sinto a união! Agora sim, já ouço a liberdade: Vamos em frente, e é esta a direcção!

-Agora não, que falta um impresso, agora não, que o meu pai não quer, agora não, que há engarrafamentos:

-Vão sem mim, que eu vou lá ter...


sexta-feira, 22 de maio de 2015

Um dia teria de acontecer...





Sinto-me triste. Não gosto que as causas e os projectos que abraço falhem. Já nem falo em “sucesso” ou “excelência”! Contento-me, pelo menos que não falhem, e se cumpram compromissos assumidos. Pronto.

Durante 6 anos tudo fiz para que tal não sucedesse com este: Velhas Guardas do Grupo Desportivo Arenense. Só eu sei o que tive que fazer, numa pequena comunidade, para arranjar às vezes 11 ou 12 bons rapazes, para podermos cumprir aquilo que é programado com 10 meses de antecedência. 

Mas amanhã, depois de se bater a todas as portas, num grupo de 35 associados, apenas 10 responderam à chamada! Mas lá estaremos em Leiria (há 2 anos que não temos uma actividade fora do nosso distrito), de cabeça levantada, envergando a camisola do GDA, e representando o melhor que formos capazes o nosso clube.

Tal situação mais me entristece porque esta deslocação esteve agendada para o passado dia 9. Aceitei adiar para amanhã, com anuência dos nossos amigos de Leiria, para que alguns elementos do grupo pudessem estar noutra actividade do clube. Afinal, são alguns dos que pediram o adiamento, que amanhã, também não estarão presentes! Sei também que tudo na vida dos seres vivos nasce, cresce e morre. Este projecto não será excepção um dia. Por agora morre pelo menos um bocado dele: eu.    

Espero não estar a ser injusto para alguns daqueles que me acompanham desde 2009. Eles sabem quem são. Alguns têm feito tanto esforço ou mais que eu, para estarem neste projecto, e dizerem quase sempre: presente. E “isto”, esta “coisa”, também não obedece a nenhuma obrigação ou “profissionalismo”, mas que deveria obedecer, como tudo na vida a algum compromisso. Não é trabalho, como dizem por aí os amadores da bola sobre estas actividades, apenas um divertimento e um gosto de estar com amigos: conviver, estar em grupo (num mundo tão individualizado), fazendo uma coisa que se gosta.

Hoje estou triste. Talvez amanhã não..., se este desabafo for um meio de sensibilizar, ainda, alguém.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

terça-feira, 12 de maio de 2015

Do que Marvão se livrou...

O Presidente da Câmara Municipal de Marvão não tem só “sucessos”, também tem algumas pedras nos sapatos! E ainda poderia ser pior...

Um dos pilares estratégicos de Vítor Frutuoso para o concelho de Marvão, desde o início do seu consulado em 2005, era a promoção de uma política social de habitação, nomeadamente, a criação de condições para a construção de novas habitações (para controlar os preços, dizia então). Achava ele, e os seus apoiantes, que isto seria uma forma de fixar população em Marvão! Mesmo que os dados estatísticos demonstrassem que existiam no concelho cerca de 2 apartamentos habitacionais/família.

Assim pensou e, assim o fez. Assim que chegou à presidência, com a crise social e económica que já se adivinhava no horizonte, desatou a adquirir terrenos para futuros loteamentos em todas as freguesias do concelho: 1 na Beirã + 2 em SA das Areias + 2 em SS da Aramenha, e fez as respectivas infraestruras. Até aos dias de hoje, a rentabilização desses investimentos, tanto social como financeira, é praticamente igual a zero, pois não se construiu absolutamente nada, duvido que se venha a construir em futuro próximo, e se se fizer será com prejuízos avultados para o erário público.

Porquê? Porque Marvão tem habitação que chegue e sobre para os habitantes e famílias que tem, como se pode ler aqui neste meu artigo. Segundo os últimos censos de 2011, o concelho de Marvão tinha cerca de 3 000 alojamentos para 1 478 famílias. Consequentemente, o concelho de Marvão pode ter várias carências, mas construção de nova habitação não será seguramente! Gastar dinheiros públicos nesta política, é uma má política, e foi um fracasso das ideias de Vítor Frutuoso.

Não satisfeito com este fracasso, e com a finalidade de minimizar o seu erro, certamente influenciado por algum passarinho de cabeceira, Vítor Frutuoso, virou-se por volta de 2008/2009 para a construção da chamada “habitação social”. Isto é, dar habitação aos “pobrezinhos e desgraçadinhos” da sociedade (às vezes autênticos parasitas sociais) com dinheiro dos contribuintes, muitas vezes mais pobres que os ditos e a pagarem com esforço as suas casas, e que têm de pagar, através dos impostos, os devaneios de políticos que apenas vêem nestas acções uma forma de comprar votos em actos eleitorais.

Foi assim que em 2011, tal como se pode ler aqui, pensou num projecto para construção de 37 fogos das tais “habitações sociais” (9 na Beirã + 17 em SA das Areias + 9 em SS da Aramenha + 2 em Santa Maria). Projecto esse que, pelas minhas contas, custaria aos contribuintes, sobretudo aos marvanenses, mais de 3 milhões de euros, e que encalacraria o município para os próximos 70 anos, que era o tempo de duração do protocolo com uma tal UNIFE, que contemplava clausulas como esta: “... o Município vai suportar mensalmente, e a título de subsídio a fundo perdido em favor directamente da UNIFE, a diferença entre o valor da renda apoiada que compete ao arrendatário e o valor dos encargos mensais que a UNIFE haja mensalmente de suportar calculados nos termos da lei”.

Por causa deste projecto, e por discordar rotundamente de tal devaneio (e não só), me demiti da Assembleia Municipal em Junho de 2011, em rotura completa com a política que então Vítor Frutuoso estava a implementar no concelho de Marvão. Ditosamente, poucos meses depois, o Tribunal de Contas, havia de rejeitar tal projecto e mandar a política habitacional de Vítor Frutuoso às urtigas.

Hoje, passados 4 anos sobre a minha oposição à política habitacional de Vítor Frutuoso, sinto-me satisfeito sobre o que defendi na altura. Sobretudo quando leio notícias como esta: “Mais de 1/3 das rendas dos Bairros Sociais de Lisboa ficaram por pagar em 2014”. E a dívida total ao município de Lisboa já ascende a 30,2 milhões de euros! E sabem quem vai pagar? Claro os contribuintes (às vezes mais pobres e com mais dificuldades que os “pobrezinhos e desgraçadinhos”, mas que pagam as suas rendas e empréstimos bancários e ainda têm de pagar as dos outros).

Já agora fica a pergunta: 

- Se os tais moradores das tais 37 “habitações sociais” do concelho de Marvão deixassem de pagar as suas rendas, tal como os de Lisboa e muitos outros concelhos, quem pagaria senhor presidente? E será que se poderia ainda gabar da saúde financeira que hoje o município tem? 

sábado, 9 de maio de 2015

E se de repente um "estranho" lhe oferecer "flores"...


... cuidado, isso, pode não ser Impulse! Mas pode ser uma grande trapalhada...


sexta-feira, 8 de maio de 2015

A correr? Para quê...


Corre a gente decidida para ter a vida que quer, sem repararmos que a vida, passa por nós a correr. Às vezes até esquecemos nessa louca correria, por que motivo corremos, e para onde se corria.

Buscando novos sabores corre-se atrás de petiscos, quem corre atrás de valores, corre sempre grandes riscos. E dá para ser escorraçado, correr de forma diferente, há quem seja acorrentado, por correr contra a corrente!

Num constante corrupio já nem sequer nos ocorre, que a correr até o rio, chegando ao mar também morre. Ou atrás do prejuízo ou, à frente da ameaça, corremos sem ser preciso e, a correr, a vida passa!

Percorrendo o seu caminho, correndo atrás do sentido, há quem dance o corridinho, eu canto o fado corrido. E o que me ocorre agora para não correr qualquer perigo, é correr daqui para fora, antes que corram comigo...


quarta-feira, 6 de maio de 2015

Convívio e puro prazer...


Muita atenção ao jogador assinalado (1º da esquerda, em baixo), diz quem sabe que foi uma das últimas oportunidades de o ver  equipado por estas bandas. A partir daqui, só com uma deslocação a Madrid, onde fará dupla com CR7.

Obrigado à vida por momentos como este...




segunda-feira, 4 de maio de 2015

Coisas giras encontradas por aí...

SUSTENTABILIDADE: Um pouco de água fria na fervura!
por Fernando Bonito (retirado daqui)

Na qualidade de presidente da Mesa da Assembleia do GDA, dou os parabéns à direcção, equipa técnica e atletas, por esta vitória na Taça de Futsal da AFP, e que muita alegria e orgulho nos deram! Mas considero ter também, agora, a obrigação de recordar a história da última década do clube...

Há 10 anos também fomos campeões! No caso, da primeira divisão do campeonato distrital de futebol (de 11). E também, então, fiquei feliz e orgulhoso! Curiosamente, na passada sexta-feira, nas comemorações do dia do sócio, foi relembrada essa conquista e feita uma espécie de homenagem aos então envolvidos.

Acontece que essa conquista não foi feita com sustentabilidade e teve como consequência nunca mais entrarmos nesse campeonato e o clube ter ficado na falência, com uma dívida avultada a fornecedores...

Seguiram-se, depois, dois mandatos com dois grupos de sócios (diferentes dos agora homenageados), liderados por Dionísio Gordo, primeiro, e por João Bugalhão, depois, que reconquistaram o clube financeiramente, deixando condições para a actual direcção aspirar a outros objectivos e conquistas.

Ontem foi um dia grande para o GDA. No entanto recordo que, apesar de financeiramente estável, no último biénio as despesas do clube suplantaram as receitas, pelo que, tal como um sócio referiu na última Assembleia, urge inverter a situação para manter a sustentabilidade!

É que, provavelmente, com o actual nível de apoio camarário ao clube (um dos mais exíguos do distrito) não será possível a este manter todas as actividades dos últimos anos (camadas jovens de futebol, futsal sénior, camadas jovens de futsal e velhas guardas de futebol).

Pode ser que perante a jornada de ontem, com todo o executivo camarário (e assessorias) presente (!?), esses responsáveis percebam que só um maior apoio da câmara permitirá ao GDA continuar com este nível de actividade!

Entretanto, além de solicitar à direcção que se preocupe com a sustentabilidade financeira do clube, já agora solicito também que, se possível, no próximo sábado conquiste novo "caneco" para o GDA. Agora a supertaça distrital de futsal!

Saudações Arenenses



Comentário ao artigo
por Jorge Rosado (retirado do mesmo sítio)

Amigo Fernando Dias, esta tua intervenção é extremamente importante e actual no desempenho das tuas funções como presidente da AG do GDA. Recordo-me perfeitamente da gestão de há 10 Anos, e o que têm em comum, é apenas o título!

Como sócio reconheço o excelente trabalho feito pelas Direcções, primeiro do Dionísio Gordo e João Bugalhão pela coragem como assumiram a liderança do clube e conseguiram regularizar as contas do Clube (muito mérito), e, assim abrirem caminho ao enorme trabalho e "ginástica financeira" da actual Direcção que, diariamente, estes órgãos sociais dos últimos dois mandatos fazem para manter uma dinâmica constante na actividade do GDA: sei do que falo! Abdicar de estar com a família, trabalhar para uma causa, sem nada pedir em troca, merece no mínimo, o RECONHECIMENTO dos Sócios e da População evidentes no dia do Sócio e na Final de sábado e naturalmente do Município.

Amigos, formação é serviço público! Quantas equipas de futsal no Distrito têm formação? Em Abril de 2014 apresentei, então como Presidente do Centro Cultural de Marvão, uma proposta de alteração ao regulamento de Apoio ao Associativismo que previa isso mesmo: Bonificação por desempenho/performance;

Um Clube que aposta na formação, que tem técnicos qualificados, que consegue gerar uma mobilização nunca vista, é um Clube que merece o respeito e retorno da Autarquia;

Não chega medalhas de mérito e palmadinhas nas costas, é preciso actos: políticas que estimulem este trabalho quase profissional que está a ser feito. Faço votos para que, os responsáveis autárquicos, tenham tirado alguma ilação do que viram pela primeira vez (obrigados?) em Arronches!


É tempo de avaliar, rever as condições, para reformular objectivos e apoios.

Quanto à sustentabilidade, totalmente de acordo! Nunca poderá suceder o que sucedeu há 10 Anos!


domingo, 3 de maio de 2015

Quanto é doce, quanto é bom... (saudade)


Quanto é doce, quanto é bom, no mundo encontrar alguém que nos junte contra o peito, e, a quem nós chamemos mãe. Vai-se a tristeza, o desgosto, põe-se um ponto na tormenta, quando a mãe nos dá um beijo, quando a mãe nos acalenta! 

E embora seja ladrão, aquele que tenha mãe, lá tem no meio da luta ternos afagos de alguém...