terça-feira, 7 de julho de 2015

Contribuições para uma escolha consciente (1)


Início hoje uma rubrica que pretende dar a conhecer alguns dados para que, quando Outubro chegar, aqueles que me lêem possam tomar uma opção eleitoral o mais consciente possível. Os dados que aqui apresento não são de um qualquer fazedor de opinião, são aqueles que considero os mais fidedignos possíveis: do INE, ou da Plataforma Pordata. Claro que haverá sempre aqueles que duvidam de alguma coisa, e mesmo aqueles que duvidam de tudo, pois o que conta é a sua realidade e, dizem eles, os números não enchem barriga. Mas quando se trata de números sobre “aquilo com que se compram os melões”, eu acho que não perdemos nada em dar-lhe uma olhadela. Depois, cada um tirará as suas ilações, eu tiro e opino com a minha.

Falemos da Dívida Pública

Diz-se por aí que, a tão malfadada austeridade não valeu de nada, pois a Dívida Pública não parou de aumentar nestes 4 anos. É verdade, não vale a pena escamotear esse facto. Mas uma coisa é uma dívida que aumenta entre 2005 e 2011 numa média de 15 000 milhões de euros/ano (como no consulado de Sócrates e do Partido Socialista), ultrapassando em 2010 os 26 000 milhões de euros; outra coisa é uma dívida que aumenta 7 000 milhões de euros/ano (consulado de Passos Coelho), isto é, menos de metade em cada ano que passou. Estimando-se mesmo, que no final de 2015, e pela primeira vez na história da democracia portuguesa, a dita tenha uma diminuição de 1 700 milhões de euros, como se pode ver no Gráfico 1 e no Quadro 1 que se complementam. 


                
Quadro 1 - Evolução da Dívida Pública conhecida entre 1991 - 2015
               Fonte: Pordata

Óptimo seria que em 2011 (quando a dívida aumentou 22 600 milhões de euros), com uma “varinha mágica”, se parasse o endividamento. Mas como sabe o menos observador destes fenómenos, tal seria impossível. Se ao reduzir o endividamento em cerca de 8 000 milhões/ano teve o impacto social que teve, como seria se diminuísse 15 000 milhões?

Aliás, será curioso fazer o seguinte exercício teórico e verificar que, se se mantivessem nestes últimos 4 anos as políticas seguidas pelo Partido Socialista (possivelmente com custos idênticos), a Dívida Pública seria no final de 2015 cerca 254 000 milhões de euros (147% do PIB), como se pode ver no Gráfico 2 (Linha rosa). Com as tais “políticas de austeridade”, a Dívida Pública conhecida (Linha azul), será no final de 2015 cerca de 224 000 milhões de euros (130% do PIB).

A diferença será assim de cerca 30 000 milhões de euros o que, na prática, dá uma diminuição de custos actualmente, só em juros, de cerca de 1 500 milhões de euros/ano. Para além dos nossos filhos (de quem dizemos gostar muito), terem na sua herança, menos 30 000 milhões de dívidas contraídos pelos seus paizinhos.  

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